Autoridades ligadas à Justiça, Segurança, prefeitura e Câmara Municipal criaram ontem à tarde a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), uma instituição que vai trabalhar uma metodologia de valorização humana, oferecendo aos condenados condições de recuperar-se. Por meio deste trabalho, a entidade pretende proteger a sociedade, socorrer as vítimas e promover a justiça.
A Apac foi criada durante uma audiência pública na Câmara Municipal, provocada pelo vereador Carlos Mariucci (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Antes ele foi conhecer a Apac de Barracão, no sudoeste do Paraná, considerada um modelo e que tem na juíza Branca Bernardi a grande divulgadora do método no Brasil.
Segundo Mariucci, a metodologia da Apac foi criada em 1972 em São José dos Campos, São Paulo, mas se desenvolveu em Minas Gerais, onde a doutora Bianca e outros membros do Judiciário e Ministério Público de Barracão foram buscar subsídios para trazê-la para a região Sul do Brasil. Hoje, a Apac está presente em seis cidades do Rio Grande do Sul, seis em Santa Catarina e está sendo formada em cerca de 50 cidades paranaenses.
Segundo Branca Bernardi, que participou da audiência de ontem para mostrar como funciona a metodologia, a Apac tem sido uma revolução na ressocialização de presos condenados. Ela diz que os principais resultados estão nos índices de sucesso e na redução dos custos com os presos. Pelo paralelo que traçou, “enquanto no sistema prisional comum apenas 14% dos condenados se ressocializam, com 86% voltando a cometer crimes, na Apac a recuperação chega a 95% e os presos, ao ganharem liberdade, estão conscientes de que erraram, pagaram pelo crime e voltam para a comunidade com novos princípios”.
Outro paralelo que encanta a juiza da Comarca de Barracão é a redução de gastos com os presos. Hoje no Brasil, um preso custa para o governo aproximadamente quatro salários mínimos por mês – “isto é mais do que ganham muitos dos nossos professores e outros profissionais” -, mas na Apac a despesa do Estado cai para aproximadamente um salário mínimo.
O prefeito Ulisses Maia (PDT) colocou a prefeitura à disposição para contribuir na estruturação da entidade, ficando a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Sasc), como representante do município. Após a criação, deverá ser criada uma estrutura para que os presos que quiserem participar possam trabalhar, prestando serviços a empresas de Maringá e região.
O diretor da Colônia Penal Industrial (CPIM), Rafael Alberto Kawanishi Martins,foi eleito para a presidência da Apac.
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