Assunto tem causado polêmicas em comunidades internacionais
Por Rodrigo Rigaud
Yoweri Museveni. Esse foi o homem que assinou, nesta segunda-feira (24), o polêmico projeto de lei que institui duras penas aos cidadãos homossexuais ugandenses. Segundo o presidente da nação de quase 40 milhões de habitantes, a aprovação é necessária para a detenção do “imperialismo social do Ocidente” no estabelecimento da homossexualidade em países africanos.
“Nós, africanos, nunca buscamos impor nosso ponto de vista sobre os outros. Se eles pudessem nos deixar em paz. Fomos decepcionados por um longo tempo pela conduta do Ocidente. Agora existe uma tentativa de imperialismo social”, disse Yoweri no evento oficial de divulgação da nova lei para a imprensa local.
Com a aprovação, réus primários pela prática de sexo homossexual devem ser condenados a 14 anos de prisão, no país. Fica estabelecida também a prisão perpétua para casos graves de “homossexualidade agravada”, ou seja, que envolvam pessoas do mesmo sexo mais a presença de um menor de idade, pessoa deficiência ou portador de HIV. Foi-se cogitada a hipótese da instituição de pena de morte como máxima para os que “praticassem” o homossexualismo na Uganda, mas protestantes de todo o mundo conseguiram fazer com que, ao menos, esta não entrasse no projeto final da lei.
Entretanto, vários países já se manifestaram contra a nova “lei antigay” da República de Uganda. A Suécia ameaçou cortar a ajuda ao país, caso a aprovação for confirmada e a repressão aos homossexuais continuar em vigor. Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama também se posicionou contrário às atitudes do presidente Yoweri e afirmou que que ele “complica o relacionamento do país com Washington”.
Na Uganda, o que se afirma nos bastidores é que o presidente tem sido influenciado por grupos evangélicos conservadores vindos do próprio EUA, e que objetivam espalhar sua agenda antigay em toda a África.
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