Bullying é descrito como uma “agressão” que acontece no âmbito escolar e junto dos mais novos, mas a realidade tem demonstrado que este fenómeno ultrapassa os muros das escolas e pode chegar às universidades.
Já ouviu o seu filho dizer que não quer ir à escola? Nota que ele anda mais revoltado e com tendências para se isolar? Então talvez deva prestar atenção, porque ele pode estar a ser vítima de bullying. Um fenómeno muitas vezes silencioso, que se espalha além do recinto escolar, e que conta com o contributo das novas tecnologias.
A Renascença falou com uma psicóloga que acabou de publicar uma obra precisamente sobre este fenómeno que não existe apenas junto dos mais novos e do qual se pode falar também no âmbito universitário.
Quem é vítima de bullying pode tornar-se depois também no agressor. Uma realidade observada por Tânia Paias, psicóloga que lançou recentemente uma obra sobre a violência escolar intitulada “Tenho medo de ir à escola”.
O fenómeno existe e sai aos poucos do anonimato e tem “evoluído com as novas tecnologias”. Mas afinal o que é o bullying?
O bullying é descrito como uma “agressão” que acontece no âmbito escolar e junto dos mais novos, mas a realidade tem demonstrado que este fenómeno ultrapassa os muros das escolas e pode chegar às universidades.
E como se pode detectar que um jovem/criança está a ser vítima deste fenómeno? E porque esta é uma temática abrangente, a obra fala sobre a infância e a adolescência sobre o relacionamento entre pais e filhos. Há ainda um capítulo que aborda o tema das amizades.
O livro “Tenho medo de ir à escola” pretende dar mais um contributo para o esclarecimento sobre o bullying, quem e como o pratica e como devem os pais agir e estar atentos aos sinais que os filhos dão.
Bullying esteve quase para ser crime público
Em 2011, a violência escolar esteve prestes a ser considerada crime público e com ela o bullying.
A proposta foi aprovada em conselho de ministros do Governo Sócrates, chegou à Assembleia da República onde também recebeu luz verde na generalidade, mas acabou por caducar na especialidade com a queda do Executivo socialista. Na altura o projecto do PS contou com a abstenção do CDS e PSD e votos contra do PCP, BE, E PEV.
Ouvida pela Renascença Teresa Anjinho, com a pasta da justiça no CDS, considera que faz sentido voltar agora a discutir esta questão. Teresa Anjinho admite que a reflexão possa alargar-se ao ensino superior, passando a falar-se não no crime de violência escolar, mas sim no crime de violência na comunidade educativa.
O tema da violência escolar continua a marcar a actualidade. Ainda na última semana, o tribunal de família e menores de Sintra condenou um jovem que esfaqueou dois colegas e uma auxiliar, numa escola de Massamá. O jovem irá cumprir dois anos e meio de internamento num centro educativo.
Renascença. 11.02.2014.
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