Os profissionais do Direito estão fazendo falta nas delegacias da Polícia Federal. A carência de profissionais da área nas carreiras de apoio é sentida por 63,49% dos delegados da PF. A insuficiência de operadores do Direito é a terceira mais sentida segundo pesquisa da Associação dos Delegados da Polícia Federal com 331 delegados em todos os estados e no Distrito Federal.
A ausência de profissionais do Direito é tão sentida quanto a carência de profissionais da área da tecnologia, ambas apontadas como problema depois da dificuldade com trabalhadores da área administração/contabilidade/economia (apontada por 68,5% dos delegados) e de secretariado (apontada por 67,98%).
A pesquisa buscou mostrar o ambiente de trabalho nas delegacias, entrevistando associados da ADPF em junho e julho deste ano. Além da falta de pessoal, a pesquisa aponta a falta de estrutura para treinamento dos policiais. Para 78,25% dos entrevistados, as condições para prática física ou de armamento e tiro são inadequadas ou insuficientes.
A saúde e a sanidade mental dos delegados também não têm merecido atenção da instituição, pois a maioria dos delegados (58,31%) conta que não é disponibilizado nenhum serviço médico nem psicológico em suas unidades. Para 24% o serviço é disponibilizado em quantidade insuficiente.
A questão técnica e acadêmica parece ser deixada de lado pela Polícia Federal, uma vez que 65,56% dos delegados relata não ter livros e materiais de pesquisa disponíveis. Para outros 12,69%, o material é insuficiente ou obsoleto e ultrapassado.
Na parte mais burocrática, porém, as instalações satisfazem os profissionais. Os computadores, por exemplo, são em quantidade e qualidade satisfatórias para 55,59% dos delegados da PF. Os armamentos e coletes à prova de bala também são suficientemente bons e em boa quantidade para 66,43% dos entrevistados.
Clique aqui para ver os resultados da pesquisa.
Marcos de Vasconcellos é chefe de redação da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 24 de setembro de 2013
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