segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Cinquenta mil mulheres são estupradas por ano no Brasil

Trabalho de investigação com dados de material genético é fundamental. 
Polícia de Brasília tem banco de dados de DNA e já prendeu 40 criminosos.



Segundo o estudo mais recente do Ministério da Justiça, 50 mil mulheres são estupradas por ano no Brasil. Para prender os criminosos, é fundamental o trabalho de investigação, com dados de DNA, por exemplo.
A Polícia Civil de Brasília, que tem um dos maiores bancos de dados desse tipo, já conseguiu prender 40 estupradores.
Foi um choque saber que a filha de onze anos tinha sido vítima de estupro, conta uma mãe que não quer se identificar: “É desesperador porque se você pudesse, você entraria no lugar”.
A menina foi abordada na rua quando voltava da escola pra casa. O estuprador fingia que passava mal. “Ele começou tipo dar crise perto dela e com a bíblia na mão falou ‘ô garotinha me ajuda, me ajuda, estou muito mal’”. Foram seis horas nas mãos do criminoso. A menina conseguiu escapar.
De acordo com o estudo mais recente do Ministério da Justiça, em 2012 foram registrados no país 50617 casos de estupro. São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná são os estados com o maior numero de ocorrências.
Como em qualquer investigação, o trabalho da pericia é fundamental para que um criminoso seja identificado.
O banco de dados de material genético do Distrito Federal é considerado uma referência. Em geladeiras, estão armazenados vestígios que começaram a ser coletados em 1998. Só de suspeitos de estupro são mais de 500 perfis genéticos catalogados.
Mais da metade dos exames de DNA feitos pelo laboratório está relacionada a crimes sexuais. Com a análise desse material, é possível não só identificar se o crime é isolado ou se ele é um criminoso em série.
“Já tivemos casos em que após exame genético, percebemos que o suspeito já havia cometido outros estupros. Ou seja, por meio do banco de dados, nós conseguimos solucionar três ou quatro crimes”, explica Samuel Teixeira, diretor do INP.
A reincidência é uma característica desse tipo de criminoso. O trabalho de médicos e biólogos já levou a descoberta de 62 estupradores em série que agrediram 170 mulheres em todo o Distrito Federal, sendo que 40 já foram presos. A prisão não supera o trauma, mas traz um sentimento de alivio.

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