Papa Francisco deixa alertas ao receber novos embaixadores de 17 países, incluindo Cabo Verde
Cidade do Vaticano, 12 dez 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou hoje no Vaticano que o tráfico de pessoas é um “crime contra a humanidade” que exige vontade política e o empenho da comunidade internacional para pôr fim a este “horrível comércio”.
“O tráfico de pessoas é um crime contra a humanidade: temos de unir forças para libertar as vítimas e travar este crime cada vez mais agressivo, que ameaça – para lá dos indivíduos – os valores que fundam as sociedades”, declarou, perante os novos embaixadores de 17 países, entre os quais se contavam os de Cabo Verde e da Palestina. O discurso papal destacou os efeitos deste tráfico, uma “ameaça” à dignidade humana sobre a “segurança e a justiça” internacional, a economia, as famílias e a “própria vida social”. “O tráfico de seres humanos é uma verdadeira forma de escravidão, infelizmente cada vez mais difundida, que diz respeito a cada país, mesmo os mais desenvolvidos, e que toca pessoalmente os mais vulneráveis da sociedade”, disse. Em causa, observou Francisco, estão milhões de vítimas que são sujeitas a “trabalhos forçados” ou à “exploração sexual”. “Isto não pode continuar: constitui uma grave violação dos Direitos Humanos das vítimas e uma ofensa à sua dignidade, para além de ser uma derrota para a comunidade mundial”, alertou. O Papa convoca todas as comunidades religiosas e às pessoas de boa vontade a um esforço conjunto para que estas mulheres, homens e crianças “não sejam tratados como objetos, enganados, violentados, vendidos mais do que uma vez” e mesmo “assassinados”. “É uma vergonha”, frisou. Segundo Francisco, é possível diminuir este problema com uma “adequada intervenção legislativa” nos países de origem, trânsito e destino do tráfico de seres humanos, crime que “não raramente está ligado ao comércio de drogas, de armas, ao transporte de migrantes irregulares, à máfia”. “Neste campo, há necessidade de um profundo exame de consciência: quantas vezes toleramos que um ser humano fosse considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais?”, questionou. O Papa concluiu com o pedido de uma nova “estratégia” global para o combate a esta “chaga social”, a fim de que se impeça a exploração de pessoas. “Os seres humanos nunca se deveriam vender e comprar como uma mercadoria: quem os usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta opressão”, advertiu. OC |
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