domingo, 22 de dezembro de 2013

A HORA DOS CADÁVERES ADIADOS: Corrupção, Expectativa e Processo Penal

A HORA DOS CADÁVERES ADIADOS: Corrupção, Expectativa e Processo Penal

Autor(a):
Rui Cunha Martins
Atlas editora

 
1ª edição (2013)Páginas: 152 páginas

O importante é o processo. A batalha pelo devido processo legal é mais importante do que o combate à corrupção; e o destino das “sociedades do contraditório” depende desta opção. É este o argumento subjacente ao presente trabalho. Um argumento impopular, importa reconhecer. Capaz de defraudar expectativas. Ora, esse é exatamente o ponto. Na procissão dos cadáveres adiados em que se tornou hoje o Estado de Direito e em que, depois de várias vezes declarados mortos, o capitalismo e o fascismo exibem a expressão normalizada a que os obriga a sua reconversão em senso comum, o que pode querer dizer expectativas sociais e normativas? E se a eleição do combate à corrupção como desígnio prioritário da praça pública e bandeira de um sentimento de rebelião contra o sistema político-jurídico, econômico e comunicacional correspondesse afinal a fazer o jogo do que supostamente se pretende contestar? Falta, como está bom de ver, repensar a eficácia dos tradicionais mecanismos da mudança e da oposição – diferença, repetição e negação; transição, ruptura e revolução; ato e evento. Falta – é a hipótese deste livro – fazer da própria processualidade uma categoria de oposição.

Sumário

Parte I – Do processo à corrupção, 1 


1. O processo é o microcosmo de quê?, 2 

2. Autópsia de um cadáver adiado, 11 
2.1 O Estado de direito como hospedeiro biótico, 12 
2.2 Acoplamentos intersistêmicos e capitalismo, 15 
2.3 Naturalmente, o fascismo, 24 
2.4 A batalha das expectativas, 32 
2.5 A contestação, ou a certidão de vida do cadáver, 52 

3. Em suma: o combate à corrupção como autodefesa do sistema, 63 
3.1 Os momentos maquiavélicos, 63 
3.2 Corrupção, virtude e protesto, 71 
3.3 O idiota útil, 75 

Parte II – Da corrupção ao processo, 79 

4. A fuga dos opostos, 80 

5. Gramáticas da diferença, 85 
5.1 É a transição um operador fraco da mudança?, 85 
5.2 É o acontecimento um operador forte da mudança?, 90 
5.3 É o processo um operador de mudança?, 97 

6. Em suma: só o processo é ruptura potencial com a ordem estabelecida, 101 

Referências, 107

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