terça-feira, 18 de março de 2014

Escravidão moderna e tráfico de seres humanos é crime contra a humanidade


Acordo assinado hoje no Vaticano tem como objetivo erradicar a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos em todo o mundo até 2020


Hoje, na Sala de Imprensa da Santa Sé, foi assinado um acordo entre representantes das grandes religiões do mundo para ratificar as modernas formas de escravidão e tráfico de seres humanos. Este acordo inaugura oGlobal Freedom Network (GFN), que tem como principal parceira a Walk Free Foundation.

O objetivo do acordo revolucionário anunciado hoje no Vaticano é erradicar a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos em todo o mundo até 2020.

Declaração comum:

A escravidão moderna e o tráfico de seres humanos é crime contra a humanidade.

A exploração física, econômica e sexual dos homens, mulheres e crianças condena 30 milhões de pessoas a desumanização e degradação. Todo dia que continuamos a tolerar esta situação violamos a nossa humanidade comum e ofendemos as consciências de todos os povos.

Toda forma de indiferença nos confrontos das vítimas de exploração deve cessar. Convidamos todos os fiéis e os seus líderes, todos os jovens e as pessoas de boa vontade a unir-se ao movimento contra a escravidão moderna, o tráfico de seres humanos e a sustentarem o Global Freedom Network.

Somente atuando, em todo o mundo, os ideais da fé e os valores humanos compartilhados, podemos conduzir o poder espiritual, o esforço conjunto e a idéia de libertação a erradicar definitivamente a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos no nosso mundo. O mal é obra do homem e pode ser combatido por uma vontade inspirada da fé e do empenho humano.

Agradecemos aqueles que estão já envolvidos nesta batalha e esperamos fortemente que este novo projeto sirva como maior incentivo para o compromisso deles em favor a liberdade dos nossos irmãos e irmãs mais oprimidos.

Apesar dos esforços de muitas pessoas em tantos países, a escravidão moderna e o tráfico de pessoas continuam a crescer. As vítimas são mantidas escondidas: em locais de prostituição, estabelecimentos, zonas rurais, navios de pesca, estruturas ilegais, casas privadas a portas fechadas, muitos outros lugares, cidades, vilarejos e favelas de nações mais ricas e mais pobres do Planeta.

Global Freedom Network usará dos instrumentos da fé: a oração, o jejum e a caridade. Existirá uma jornada de oração pelas vítimas e pela liberdade delas. Todos os fiéis e as pessoas de boa vontade serão convidados a meditar e agir. Redes de oração específicas serão criadas em todas as partes do mundo. 

No quadro do acordo, todas as partes se empenham a percorrer todas as estradas possíveis para estimular a ação global e erradicar a escravidão moderna e o tráfico de pessoas. No primeiro ano, serão desenvolvidos planos para convidar:

- todos as confissões religiosas a vigiarem até que suas cadeias de fornecimento e investimentos excluam formas de escravidões modernas e a aderirem medidas corretivas, se necessário;

- todas as confissões religiosas a mobilizar as respectivas seções jovens para sustentar projetos destinados a erradicar escravidão moderna;

- famílias, escolas, universidades, congregações e instituições a conhecer a natureza da escravidão moderna e o tráfico de seres humanos, a ensinar como denunciar e a relatar a capacidade destrutiva de atitudes sociais, prejuízos e sistemas sociais nocivos conectados a escravidão moderna e ao tráfico de seres humanos;

- os líderes políticos a vigiarem até que suas cadeias de fornecimento excluam formas de escravidão moderna;

- 50 grandes multinacionais cujos CEO são pessoas de fé e de boa vontade, a garantir que suas cadeias de fornecimento excluam formas de escravização moderna;

- 162 governos a avaliarem publicamente a instituição do Global Fund para colocar fim a escravidão com 30 chefes de Estado que a sustém publicamente até o fim de 2014;

- o G20 a condenar a escravidão moderna e a tratar dos seres humanos e a adotar uma iniciativa contra a escravidão e o tráfico de seres humanos, bem como sustentar a supracitada Global Fund.

A declaração comum conclui que:

O nosso mundo deve ser liberado destes males terríveis e crimes contra a humanidade. Cada mão e cada coração devem unir-se para garantir esta liberdade a todos aqueles que são presos e sofrem. Este acordo marca o início e uma promessa - as vítimas da escravidão moderna e dos tráficos de seres humanos não serão esquecidas ou ignoradas: todos conhecerão suas histórias. Caminharemos com eles à liberdade. 

O Memorando do acordo e a declaração comum que cria a Global Freedom Network teve os seguintes signatários:

- Em nome de Sua Santidade, Papa Francisco
Monsignor Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Academia Pontifícia das  Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais

- Em nome do grande Imam di Al Azhar, Egito
Dr Mahmoud Azab

- Em nome do Arcebispo de Canterbury, o Rev.mo Justin Welby
O Rev.mo Sir David John Moxon, seu representante à Santa Sé

- Em nome da Walk Free Foundation
Andrew Forrest, fundador.

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