Índio é internado em manicômio por não saber falar português

• Um índio guarani, da linhagem M´byá, está internado no Hospital Psiquiátrico de Maringá há cerca de um ano. Motivo: os "brancos" não entendem o que ele fala e, assim, acabou sendo tido como 'louco'.
  Tudo teria começado quando uma equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social o abordou nas ruas da cidade e, como não conseguiu se comunicar com o rapaz, chamado de Dingo, o encaminhou ao manicômio, onde permanece internado.
  Uma jovem índia kaingangue, que cursa Enfermagem na Universidade Estadual de Maringá, fez estágio na casa de tratamento psiquiátrico e, há cerca de duas semanas, identificou Dingo como indígena. Mas também não conseguiu se comunicar com ele, mesmo contando com a ajuda de um colega que domina um dos idiomas guarani, o Nhandewa. Somente com a ajuda de um cacique de Florianópolis, também M´byá, se conseguiu estabelecer uma comunicação, por telefone, com Dingo.
  A partir desse contato do cacique com Dingo - ao cacique ele disse que se chama Yuno - é que as coisas começaram a ficar mais claras, graças ao empenho da Associação Indigenista de Maringá (Assindi), que vem tentando tirar Yuno do manicômio e levá-lo para Florianópolis, onde existe um grupo guarani M´byá. Isso deverá acontecer nos próximos dias, pois a direção do hospital, que facilitou todo o trabalho da Assindi, também tem interesse em resolver o problema.
  
  
  O Diário do Norte do Paraná.