terça-feira, 19 de agosto de 2008

O CASO DOS TROTES NA UNIVERSIDADE DE MEDICINA UNILUS DE SANTOS E E A EXPULSÃO DOS ALUNOS - CES - CENTRO DOS ESTUDANTES DE SANTOS PROTESTA !!!

Estudantes de medicina da Lusíada se mobilizam contra autoritarismo da reitoria
Centro universitário expulsa 15 sem processo administrativo; militantes do CES são ameaçados de prisão durante ato
Rua Oswaldo Cruz,sexta-feira. 7 horas da manhã. Uma viatura policial estacionada na porta do campus de Medicina do Centro Universitário Lusíada (UNILUS). As catracas da universidade, trancadas. Cinco seguranças particulares - um sem uniforme - completavam o estranho cenário desta manhã. Defendiam-se do quê?

Defendiam-se dos 200 estudantes de medicina que, pacificamente, lutavam contra o autoritarismo da reitoria da UNILUS. A gota d'água foi a expulsão de 16 pessoas que supostamente participaram de ações de trote violento no início do ano letivo. Os estudantes garantem não ter sido consultados sobre as expulsões e, como quase tudo o que acontece na universidade, não há provas da participação efetiva de nenhum deles em ações violentas no trote.
Ainda pela manhã, os estudantes fizeram uma assembléia nas imediações do campus - são proibidas atividades como essa no interior da universidade - e decidiram manter a luta contra as 16 expulsões. Entraram na universidade para paralisar as aulas que ainda não haviam descido. Quando tentavam passar pelo pequeno corredor liberado para entrada, dirigentes do Centro dos Estudantes de Santos (CES) foram barrados pela segurança particular da universidade. A polícia interveio, houve bate-boca e princípio de confronto. Depois de ameaças de prisão e da falta de posicionamento na universidade, foi feita uma nova assembléia, onde se decidiu que é preciso mobilizar ainda mais os estudantes de medicina, os estudantes da UNILUS e o conjunto de universitários, entidades estudantis e movimentos da região em torno desta luta.
A ANTI-DEMOCRACIA COMO REGRA
As expulsões remontam as atitudes arbitrárias tomadas pela reitoria da UNILUS nos últimos anos e jogam luz ao debate da democracia universitária no movimento estudantil. Sequer as entidades têm autonomia para se organizar e transitar pelo campus e pelas salas. Para dar um recado em uma classe, é necessário pedir autorização para o corpo administrativo da universidade. Já no caso do Centro Acadêmico de Relações Internacionais, aos estudantes não foi permitido sequer concluir uma assembléia de fundação da entidade!
OUTROS DOIS EXPULSOS
Dois meses atrás, a reitoria havia tentado expulsam injustamente dois estudantes de medicina, também acusados de participar dos trotes. Imediatamente - e com muita força - os universitários foram para a porta da universidade e ocuparam o campus. Com uma diferença: não os interessava apenas defender os dois estudantes. Interessava, em primeiro lugar, garantir explicações de que A AMPLA MAIORIA DOS ESTUDANTES É CONTRÁRIA A QUALQUER TIPO DE TROTE VIOLENTO; OS ESTUDANTES TEM UM MODELO SOLIDÁRIO DE TROTE, CHAMADO DE "PROJETO CALOURO", PROIBIDO ESTE ANO PELA UNIVERSIDADE; e que É PRECISO AMPLIAR A PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DO MOVIMENTO. Por isso, reivindicaram a reconstituição imediata dos órgaõs colegiados (instrumentos decisórios internos da universidade) com participação dos estudantes, entre outras pautas.
A LUTA É MAIOR!
Mais uma vez, é preciso aproveitar o clima de mobilização para defender a participação dos estudantes na tomada de decisões dentro da universidade! Não é mais possível tolerar a idéia de que o espaço universitário possa ter ares de quartel general ou de casa de família - na pior acepção dos dois termos. A própria Constituição Federal assegura o direito a qualquer estudante se organizar em torno das entidades estudantis de maneira livre e autônoma. É preciso barrar a mercantilização do ensino, que degenera a qualidade da educação e transforma em regra máxima o lucro da Fundação Lusíada. É preciso lutar pela redução das mensalidades. É preciso defender o aumento do salário dos professores. É preciso exigir a publicização da prestação de contas da universidade, integralmente. É preciso defender o fim da composição de comissões inquisitórias e absurdas, cujo objetivo único é o incentivo a caguetagem e a punição dos estudantes. É preciso barrar as demissões injustificadas. É preciso transformar o Centro Universitário Lusíada num espaço verdadeiramente universitário e livre!

http://blogdoces.org

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