O país escandinavo já enviou 59 jovens problemáticos para o mar caribenho
Cruzeiros estão entre as melhores maneiras para relaxar, esquecer dos problemas e, ao final das férias, voltar para o trabalho tranquilo e recheado de boas energias.
Mas uma viagem marítima pode ter um efeito terapêutico em pessoas criminosas?
Diversos governantes da Dinamarca, país conhecido por seu generoso sistema de bem-estar social, pensam que sim.
Em reportagem publicada nesta segunda-feira (8), o jornal dinamarquês "Metroxpress" afirma que, nos últimos cinco anos, 26 cidades do país escandinavo adotaram um programa que, no Brasil, seria rapidamente chamado de "Bolsa Cruzeiro": enviaram 59 jovens que cometeram crimes como roubos e abuso de drogas para realizar jornadas marítimas de até um ano pelas ilhas do Caribe.
Nas viagens, organizadas por empresas dinamarquesas como a Den Maritime Base, os jovens têm que trabalhar nos navios e são acompanhados por tutores, que lhes dão aulas baseadas no currículo escolar dinamarquês.
Passeios pelo Caribe
Porém, passeios turísticos pelas paradisíacas paisagens do Caribe também fazem parte da agenda: "eu escalei vulcões duas vezes, pilotei jet-ski, fiz trilhas em florestas e quase consegui um certificado de mergulho", afirmou ao "Metroxpress" um jovem chamado Christian, de 22 anos, que foi colocado no programa após ser preso por roubar uma loja de conveniência.
O jornal também afirma que, juntas, as 26 cidades dinamarquesas já gastaram 42 milhões de coroas (cerca de R$ 19 milhões) em seu "Bolsa Cruzeiro".
"O Caribe pode parecer um lugar exótico, mas nossa intenção é afastar esses jovens de um ambiente de crime e abuso de drogas", disse ao "Metroxpress" Flemming Olsen, diretor da secretaria de assuntos da família de Frederikssund, uma das cidades que mais enviou infratores para as viagens.
Christian, entretanto, contou ao "Metroxpress" que é fácil encontrar drogas (especialmente maconha) durante as jornadas. "O Caribe é provavelmente a capital mundial da maconha", disse ele. "Não é difícil comprar um baseado nas ruas da região".
Há relatos de jovens que voltaram a cometer crimes após retornar do cruzeiro pelo Caribe. Mesmo assim, em entrevista ao jornal britânico "The Telegraph", Ole Jacobssen, membro do conselho administrativo de Frederikssund, defendeu a iniciativa: "muitos desses jovens largaram a escola e, nessas viagens, eles têm a chance de voltar a estudar novamente. Se não investirmos nessas pessoas agora, elas vão nos gerar gastos muito maiores no futuro, provavelmente com custos presidiários".
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