sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Custo da pena de morte nos EUA é absurdo em tempos de crise, diz relatório

A pena de morte custa centenas de milhões de dólares aos americanos, mesmo quando não resulta em execução, um absurdo em tempos de crise econômica, destaca um relatório que pede o fim da medida.

"No atual clima econômico é pouco provável que uma lei que instaurasse a pena de morte fosse aprovada hoje, em vista dos US$ 25 milhões que os contribuintes têm que desembolsar por execução", destaca Richard Dieter, diretor do Centro de Informações sobre a Pena de Morte (DPIC) no documento.

"Por um só processo que implique na pena de morte, o Estado deve pagar um milhão de dólares a mais que por um processo sem pena de morte", exemplifica.

Mas depois, um de cada três casos termina na pena capital em média, e, de 10 sentenças a morte, somente uma resulta em execução.

"Em uma conta resumida, o custo para o Estado chega a US$ 30 milhões por execução", explica o estudo.

Com o título "inteligência contra o crime", o informe é publicado uma semana depois de uma pesquisa mostrar que 65% dos americanos são favoráveis à pena de morte.

A pena capital é legal em 35 estados americanos, mas apenas uma dezena aplicam a medida. No último inverno (hemisfério norte), a prática foi questionada em 11 estados principalmente pelos custos.

No Colorado, faltou um voto para a abolição, em Connecticut a lei foi aprovada mas o governo impôs um veto. Apenas no Novo México a punição foi abolida em março.

"Não há nenhuma razão para que não se discuta a pena de morte, como qualquer outro programa que seja muito oneroso mas ineficaz", afirmou Dieter, antes de ressaltar o "absurdo" de manter um sistema quando na maioria dos estados em que a medida é legal se conta nos dedos as execuções nos últimos 30 anos.

"Os mesmos estados que gastam milhões de dólares na pena de morte sofrem outras reduções orçamentárias no sistema judicial", explica.


Fonte: AFP, em Washington

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