Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB) aponta que 76% dos caminhoneiros brasileiros buscam sexo nas estradas. De acordo com o responsável pelo estudo, professor Elias Marcelino da Rocha, poucos são os que procuram os centros de sáude, apesar da alta exposição a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
“Percebemos que esses profissionais não estão cuidando devidamente da saúde”, avaliou Rocha, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia. Ele destacou que a própria profissão de caminhoneiro dificulta os cuidados, uma vez que o profissional passa a maior parte do tempo viajando em veículos de grande porte, que circulam poucos nos perímetros urbanos, onde está a maioria dos postos de saúde e hospitais.
A pesquisa entrevistou 240 caminhoneiros de todo o Brasil, com foco nos estados de Rondônia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Rocha afirmou que, além da solidão e da distância das suas mulheres, o machismo também tem papel forte na procura por sexo nas estradas por caminhoneiros brasileiros.
“O homem acha que precisa provar sua masculinidade e sua virilidade e isso leva à procura de sexo durante o período de viagem. Em contrapartida, as profissionais do sexo estão em busca de dinheiro. Esse motorista acaba cedendo a essas oportunidades”, disse.
De acordo com o professor, os dados indicam que a maioria dos caminhoneiros que procura sexo nas estradas usa medidas de prevenção às DSTs. No entanto, quando estão em casa com as suas mulheres, eles não utilizam preservativos. “Da mesma forma que esse homem passou vários dias pela estrada, na ausência de sexo, a mulher também ficou em casa. Há a mesma possibilidade dessa mulher ter se envolvido com outras pessoas e, por isso, é preciso usar o preservativo”, ressaltou Elias.
A pesquisa aponta que 33% dos caminhoneiros já apresentaram algum tipo de DST, mas que o percentual se refere, em grande parte dos casos, à blenorragia – doença conhecida como gonorréia e que o maior receio dos caminhoneiros é em relação às transmissão do vírus HIV.
“Se não estiver consciente sobre essa questão da prevenção, ele pode estar buscando o prazer sexual nas estradas e ser surpreendido por uam DST. “Implantamos, em Rondônia, o projeto Viva Bem, Caminhoneiro onde atendemos em um posto de gasolina no período da noite, quando eles param para descansar. Fazemos a verificação da pressão e estamos levando profissionais de vários cursos, enfermagem, medicina, educação física para que eles possam se preocupar um pouco mais com a saúde.”
Agência Brasil.
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