quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Leitura pode reduzir penas de detentos em SC


A Vara Criminal de Joaçaba deu inicio ao projeto Reeducação do Imaginário, que consiste na distribuição de obras clássicas aos presos da comarca, para leitura e posterior cobrança de pontos em entrevistas com o juiz e seus assessores. Os participantes que demonstrarem compreensão do conteúdo poderão ser beneficiados com a remição de quatro dias de suas respectivas penas. 
O primeiro módulo do projeto consiste na leitura da obra “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévski. No segundo módulo, para o qual já existe etapa de aquisição de livros, os apenados lerão “O Coração das Trevas”, de Joseph Konrad. Depois virão obras de William Shakespeare, Charles Dickens, Walter Scott, Camilo Castelo Branco e outros autores, todos recomendados por intelectuais do calibre de Otto Maria Carpeaux, Olavo de Carvalho, Harold Bloom e Mortimer J. Adler. Os livros serão adquiridos em edições de bolso, diretamente com verbas de transação penal destinadas ao Conselho da Comunidade, que juntamente com o Presídio Regional de Joaçaba participa do projeto encabeçado pela Vara Criminal. 
“O projeto (...) visa a reeducação do imaginário dos apenados pela leitura de obras que apresentam experiências humanas sobre a responsabilidade pessoal, a percepção da imortalidade da alma, a superação das situações difíceis pela busca de um sentido na vida, os valores morais e religiosos tradicionais e a redenção pelo arrependimento sincero e pela melhora progressiva da personalidade, o que a educação pela leitura dos clássicos fomenta”, afirma o juiz Bragaglia. 
Segundo levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça, dos cerca de 505 mil presos no estado de Santa Catarina, 306 estão estudando.
Os apenados participantes do projeto — todos voluntários — ouviram palestra do juiz Bragaglia. “Não vou subestimar a capacidade de vocês, não vou sugerir que leiam best-sellers, autoajuda, subliteratura ou outras inutilidades. Ao contrário! Todo ser humano, por mais difícil que seja sua situação ou por mais precária que tenha sido sua educação, tem condições de ler grandes obras com proveito, e é isto que torna essas obras eternas: o quanto elas falam da experiência concreta, da alma humana”, comentou o juiz. Ao final, cada participante recebeu uma edição de “Crime e Castigo”, acompanhada de um dicionário de bolso. As avaliações ocorrerão em 30 dias. O projeto conta com o apoio e a participação do Ministério Público de Santa Catarina, por meio do promotor de justiça criminal de Joaçaba, Protásio Campos Neto. 
Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SC. 

Nenhum comentário:

Pesquisar este blog