quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O mar de lama e a cadeia já para os mensaleiros


Milton Corrêa da Costa
 
Em se tratando de decisão condenatória, proferida pela corte suprema do Poder Judiciário, o caminho imediato dos condenados, dependendo obviamente da dosimetria da pena e do dispositivo da lei específica, independente de acórdão, quando se tratar de cumprimento de pena em regime fechado, deveria ser o encaminhamento imediato do apenado à cadeia, independente inclusive do grau de periculosidade do criminoso. Criminoso é criminoso. Seja assaltante dos cofres públicos com colarinho branco ou traficante. Todos são iguais perante a lei. Ademais a celeridade é princípio basilar do Judiciário e da administração pública, sob pena de perda da eficácia de seus atos.
 
 
Do mesmo modo, não há como parlamentares com mandato em vigor, por princípio ético, continuarem exercendo seus cargos após condenados por corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e/ou formação de quadrilha. Tal situação foge aos princípios básicos da moralidade. Como um criminoso, já condenado, que lesou os cofres públicos e traiu a confiança de seu voto, pode representar o povo?
 
 
Por outro lado, a cada dia surge um novo escândalo envolvendo o governo do PT, não pela "farsa ou pressão midiática", mas por investigação policial. Todos nós, pobres mortais, cidadãos de bem que pagamos impostos para manter criminosos no cárcere, somos surpreendidos, traídos e apunhalados a o todo instante, tal e qual o ex-mandatário que pelo visto suas costas não aguentam mais de tantos golpes de punhal, tantas devem ser as lesões. Não sabia efetivamente de nada. Nem de que o exonerado advogado adjunto da AGU respondia processo há dez anos. Tampouco que sua secretaria de gabinete em São Paulo usava o gabinete como balcão de negócios e indicações para cargos, inclusive em instiuições financeiras.  
 
 
Compra e venda de relatórios técnicos, de cópias de declarações de Imposto de renda, de sigilos bancários, tempréstimos fictícios, tráfico de influência, compra e venda de votos no parlamento para perpetuação política no poder, superfaturamento de obras públicas, paralisação de obras sem prestação total dos serviços, com faturas já pagas, pedidos de indicação para cargos públicos de relevância, etc. etc..
 
 
Um vergonhoso mar de lamas que o PT está envolto e nunca denunciou. Precisou que informantes e delatores o fizessem, a polícia apurasse e a mídia torna-se público todos os escândalos. O que é pior, barra-se agora, em nome do não desgaste pólitico, o depoimento na Cãmara Federal, de personagens envolvidos nos mais recentes escândalos.
 
 
O partido das vestais, que tudo criticava e atirava para todos os alvos, mudou. Mudou  tanto que esqueceu-se que a transparência dos atos da administração pública e a ação persecutória da busca da verdade são princípios basilares do estado democrático brasileiro. Lutou pela democracia e tenta agora esconder a verdade do povo. Uma atitude anti-democrática.
 
 
O povo perdeu o direito de ter ciência, no parlamento, das falcatruas e maracutaias que envolve a coisa pública. Joga-se, desesperadamente, para debaixo do tapete, a verdade dos fatos. Profundamente lamentável. Ainda bem que o STF deixou demonstrado, no exemplar julgamento do mensalão, que a demasiada tolerância com a corrupção e o roubo na política são coisa do passado.
 
Milton Corrêa da Costa é cidadão brasileiro que clama pelo esclarecimento dos crimes de lesa-pátria

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