quarta-feira, 16 de abril de 2008

Pai que jogou bebê contra pára-brisa de carro em Campinas (SP) é liberado

O produtor artístico Alexandre Alvarenga, 36, deixou anteontem o hospital psiquiátrico em Franco da Rocha (Grande SP) onde estava internado sob acusação de agressão aos filhos após um acidente em 2003, em Campinas (95 km de SP).

Alvarenga teve a liberdade concedida pela Vara de Execuções Criminais do Estado. Estava internado desde julho de 2006. Agora terá que se apresentar à Justiça todo mês e provar que continua o tratamento.

Segundo testemunhas, as agressões ocorreram depois de Alvarenga e sua mulher, Sara, se envolveram em um acidente de carro, no bairro Guanabara. Exames constataram que o pai teve distúrbio psicótico.

Violência

De acordo com testemunhas, Alvarenga desceu de seu carro e arremessou o menino de 1 ano, que estava no colo da mulher, contra uma Blazer em movimento. A criança atravessou a janela do veículo e bateu contra o peito do motorista.

Depois, Alvarenga bateu várias vezes a cabeça da filha contra uma árvore de um bosque na região. Sara teria consentido com as agressões.

O menino sofreu traumatismo e ficou internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica do Hospital Mário Gatti. Teve alta e, na ocasião, foi entregue aos avós maternos. A irmã do garoto sofreu ferimentos leves.

Em março daquele ano, o casal afirmou que não se lembrava das agressões às crianças.

Sara e o marido foram acusados de tentativa de homicídio. Em 2005, ambos foram absolvidos sumariamente pela 5ª Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo. Os magistrados reconheceram por unanimidade a inimputabilidade dos réus, considerados vítimas de distúrbios mentais. Com isso, ficou determinado que o casal fosse submetido a tratamento psiquiátrico.

No caso de Sara, como a decisão sobre a internação não foi unânime, a defesa entrou com novo recurso e pediu a alteração da medida para o tratamento ambulatorial. Já Alvarenga cumpriu a internação em hospital psiquiátrico. A decisão, nesse caso, foi unânime.


Folha de São Paulo, 16/04/2008.

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