sábado, 26 de abril de 2008

Pai de Alexandre Nardoni diz que casal não irá à reconstituição





Decisão foi tomada pela defesa do casal e será cumprida pelos dois, que estão indiciados pela morte de Isabella.

O advogado Antônio Nardoni, avô de Isabella, afirmou nesta sexta-feira, 25, que o seu filho Alexandre Nardoni e a mulher, Anna Carolina Jatobá - indiciados pela morte de Isabella Nardoni, que caiu do 6º andar do apartamento na zona norte de São Paulo - não comparecerão à reconstituição do crime, marcada para ocorrer neste domingo. A decisão já foi comunicada ao 9º Distrito Policial, que cuida da investigação do caso, segundo ele.

"Essa foi uma decisão técnica da defesa. Alexandre e Anna Carolina disseram que o que a defesa definisse, eles cumpririam. Então, a defesa definiu que eles não vão comparecer. Até agora eles não têm criado dificuldade para a polícia fazer as investigações", declarou Antônio Nardoni.



"Só acho que eles não poderiam ir a um local onde eles não concordam com o que a polícia entende que seria correto. Eles têm a versão deles. É uma opção que a lei dá. Também, como pai, acho que eles não devem ir", afirmou. Mais cedo, um dos advogados do casal, Rogério Neres de Sousa, disse que a defesa ainda não havia decidido sobre a ida do casal à reconstituição do crime.

Antônio Nardoni afirmou ainda que, ao lado dos advogados da defesa, está analisando os laudos periciais do Instituto de Criminalística (IC). "Os laudos da perícia não são conclusivos e não determinam de quem é o sangue no carro de Alexandre", disse. "Existem alguns pontos nos laudos que podem favorecer a defesa, mas não posso dizer quais no momento".



Para ele, o depoimento do casal na semana passada foi muito longo, o que tornou-o inconstitucional, já que, segundo ele, o Código de Processo Penal impede um depoimento de mais de quatro horas (foram mais de 17 horas de depoimento, somando as oitivas de Alexandre e Anna Carolina).

Provas


O avô de Isabella ainda fez questão de ressaltar que não apagou provas do crime. "Eu estive lá no apartamento no dia 31 à tarde (Isabella morreu no dia 29). Declarei isso à polícia. O apartamento estava liberado e eu poderia ter entrado. Mesmo assim, solicitei ao chefe dos investigadores e ele disse que não haveria problema. Eu estive lá, não mexemos e não alteramos nada. E um dado importante: a perícia constata que após o dia 30 não houve nenhuma alteração no local, o que confirma minha versão".

Ele negou ainda que o filho tenha voltado ao apartamento e contou que só foi ao apartamento para pegar roupa dos filhos de Alexandre e Anna Carolina. "Depois que a polícia entrou no apartamento, deve ter verificado tudo lá. Aliás, se alguém mudou a cena do crime, deve ter sido a polícia, não nós", declarou.



Questionado sobre a possibilidade de a polícia pedir a prisão preventiva de seu filho e da nora, ele afirmou que não vê razão para essa medida. "Se houver o pedido, eu continuo acreditando que não existem os requisitos para o pedido da prisão preventiva", disse.


Estadão, 26/04/2008.

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