domingo, 6 de abril de 2008

Cyberbullying

Médicos alertam para os perigos da intimidação através da tecnologia


O bullying - ou seja, a intimidação de uma pessoa por outra que se considera física e psicolgicamente mais forte - extrapolou os limites da sala de aula e foi parar na tela do computador, no visor do celular e em e-mails. Virou cyberbullying ou bullying digital. Sua propagação conta com as tecnologias de comunicação modernas (computadores, celulares, e-mails). Crianças e adolescentes usam estas ferramentas para ameaçar e humilhar outras crianças e outros adolescentes.

Segundo uma pesquisa recente encomendada pela Secretaria de Educação da Inglaterra, a popularização de equipamentos eletrônicos e o acesso à web agravou os casos de bullying . Na pesquisa 70% dos adolescentes entre 12 e 15 anos confessaram já ter sido vítimas de cyberbullying. Nos Estados Unidos, a garota Megan Meier, de apenas 13 anos, cometeu suicídio após receber uma série de mensagens ofensivas de um garoto no seu MySpace (site de relacionamentos). Aqui no Brasil, os casos começam a chamar atenção
pelo alto teor de violência, como o ocorrido na Escola Estadual Professora Guiomar Rocha Rinaldi, em São Paulo, no qual uma aluna foi queimada com gasolina. Antes da violência se tornar física, vítima e agressor já brigavam pelo orkut (outro site de relacionamentos).

"O cyberbullying é uma questão ainda mais complexa do que o bulying, porque ele pode ser aplicado a qualquer hora e em qualquer local", constata o pediatra Aramis Lopes Neto, coordenador do Programa de Redução do Comportamento agressivo entre Estudantes da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolêscencia (Abrapia).

Segundo Lopes, combater o cyberbullying é algo difícil, pois, muitas vezes, a criança intimidada não conta aos pais o que acontece. "Ela sente medo de perder o acesso ao computador, o porte do celular", explica o pediatra. No entanto, é aos adultos que as crianças e adolescentes devem recorrer quando se sentem ameaçadas por uma mensagem no celular ou humilhadas por uma fotomontagem na internet.

"Os pais precisam ser o porto seguro para onde as crianças podem ir quando as coisas vão mal online e offline. Os pais devem ajudar a criança durante o incidente. Não reaja exageradamente ou dê pouca atenção para o caso. A dor que eles sentem é real e séria", aconselham especialistas do site Stop Cyber Bullying (www.stopcyberbullying.org.


Estado do Paraná, 06/04/2008.

Um comentário:

Diniz Neto disse...

Outro problema da Internet é o anonimato ou a utilização de fakes.
Há muito a avançar no direito, nesta área.

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