quinta-feira, 17 de abril de 2008

Brasileiros defendem prática de ações sociais no combate à violência, diz pesquisa da Fecomércio-RJ

Pesquisa da Fecomércio-RJ divulgada nesta quarta feira mostra que os brasileiros acreditam mais nas ações sociais do que na repressão ostensiva para garantir a segurança pública. O estudo, solicitado à Ipsos Public Affairs, revela também que a maioria dos entrevistados considera que a impunidade aumentou no país.

Entre as pessoas que responderam à pesquisa, 51% acreditam que o caminho para reintegrar a pessoa à sociedade são as penas educativas. Já para 49% é necessário punir qualquer crime severamente para servir de exemplo e coibir outros delitos.

Quando perguntados sobre as soluções para combater a violência e a criminalidade, a maioria dos entrevistados optou por "Gerar mais empregos e colocar mais policiais nas ruas". Em seguida, a alternativa mais votada foi "Implementar mais programas de primeiro emprego para os jovens". Em terceiro lugar, ficou a alternativa "Aprovar leis mais duras e penas mais longas".

- O brasileiro defende as políticas sociais como forma eficaz de combate à violência e à criminalidade. Ele prioriza projetos como o primeiro emprego para jovens e atividades culturais, esportivas e de lazer para tirar as crianças das ruas. Esse é um sinal de maturidade da população, que percebeu que a inclusão social de crianças e jovens é condição essencial para transformar a sociedade - afirma o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz.

A pesquisa também ouviu opiniões sobre a impunidade no país. Dentre os entrevistados, 78% acreditam que situação piorou nos últimos dois anos, 13% que a impunidade diminuiu, 3% que permaneceu igual e 6% não souberam responder.

A maioria das pessoas que responderam ao levantamento (56%) culpou a Justiça pelo aumento da impunidade e outros 24% apontaram a polícia como responsável.

Quando perguntados sobre quem é o primeiro responsável pelo combate à criminalidade, 60% citaram o governo federal. Em seguida, 23% apontam o governo estadual e 14% assinalam o municipal. Apenas 4% disseram não saber.
Entrevistados se dividem sobre mudanças na legislação

Com relação à legislação que trata do combate ao crime, entrevistados se dividem. A maioria (51%) acredita que as nossas leis criminais são boas e só precisam ser aplicadas, enquanto 49% acreditam que nossas leis criminais são ruins e defendem uma reforma da legislação.

Grande parte dos entrevistados (63%) concorda que o governo federal tem que permitir a criação de leis específicas de combate à violência e à criminalidade segundo a peculiaridade de cada estado. Em compensação, 37% não concordam com essa opção.

Quanto à possibilidade da redução da maioridade penal para 16 anos, a pesquisa confrontou, separadamente, essa alternativa com outras quatro sugestões de políticas que poderiam ser adotadas: equipar melhor a polícia, investir em programas sociais nas comunidades voltadas para crianças, gerar mais empregos para jovens e aprovar leis e punições mais severas. A redução da maioridade penal perde para todas as outras opções.

Dentre os entrevistados, 54% acreditam que a pirataria não tem relação com a violência e a criminalidade, nem tampouco gera desemprego. Por outro lado, para 46% uma das fontes de recursos da criminalidade é a pirataria e a falta de combate a essa prática aumenta o desemprego e a violência.

"Esse é um sinal de maturidade da população, que percebeu que a inclusão social de crianças e jovens é condição essencial para transformar a sociedade."


O Globo Online, 17/04/2008.

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