sexta-feira, 11 de abril de 2008

Americano faz palestra para juízes - A chamada Justiça restaurativa foi tema de debate






Há mais de 30 anos, o professor norte-americano Howard Zehr corre o mundo em defesa da tese de que aproximar a vítima de um crime do seu agressor em um ambiente seguro é bom para os dois lados.

A vítima, sustenta Zehr, obtém respostas que poderão confortá-la. E, com seu sofrimento, consegue sensibilizar seu algoz, o que poderá ajudar no arrependimento e na regeneração do criminoso.

O conceito faz parte da chamada Justiça Restaurativa, criada no Canadá na década de 1970. Pela primeira vez no Brasil, o professor - um dos criadores do modelo - palestrou ontem na 3ª Conferência da Justiça para o Século 21, evento realizado no Tribunal de Justiça do Estado. Antes de falar para os juízes, conversou com os jornalistas e defendeu com entusiasmo suas idéias.

Ele garante ainda que o sistema ajuda a recuperar infratores, reduzindo a reincidência em até 30%. E os que reincidem têm a tendência a praticar crimes menos graves.

- As pesquisas mostram que os infratores adquirem nova compreensão do que fizeram - destacou o professor, que está lançando no Brasil o livro Trocando as Lentes: Um Novo Foco sobre Crime e Justiça.

Também foi apresentado um balanço sobre os três anos de funcionamento do programa de Justiça Restaurativa na 3ª Vara da Infância e Juventude de Porto Alegre. Juízes tentam promover encontros entre vítimas e infratores e seus familiares. Até agora, foram promovidos 833 encontros, envolvendo mais de 3 mil pessoas.


Zero Hora, 11/04/2008.

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