quarta-feira, 16 de abril de 2008

42% dos assaltos em Maringá ocorrem à noite

De acordo com registros da Polícia Militar, o maior número de assaltos nas ruas de Maringá ocorre entre 18 horas e meia-noite; o pedestre corre mais risco às 22 horas.

Em meio ao aumento da criminalidade em Maringá, dados apontam que os pedestres estão cada vez mais expostos à ação de assaltantes.

Um levantamento mensal realizado pelo O Diário, com base nos boletins de ocorrência do 4° Batalhão de Polícia Militar (BPM), aponta que a cada 100 casos de roubo à pessoa registrados na cidade, 42 ocorrem no período noturno.

Nos três primeiros meses deste ano, segundo anotações da PM, 210 pessoas foram vítimas de assalto nas vias urbanas de Maringá, 89 delas das 18 horas à meia-noite.

O horário mais perigoso da noite, para o pedestre, vai das 22 horas às 22h59, com 22 ocorrências no período de janeiro a março. As três horas subseqüentes também não são muito indicadas para quem precisa transitar a pé em vias com iluminação precária e pouco movimento.

Das 22 horas às 2h59 da madrugada foram registrados 72 assaltos contra pedestres, 34% do total no trimestre. Os estudantes, principalmente mulheres desacompanhadas, continuam sendo as principais vítimas dos criminosos no período noturno.

Segundo a Polícia Militar, a Zona 7 - especialmente os arredores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) - e o Centro da cidade, nos quarteirões próximos à antiga rodoviária, são as áreas mais passíveis de roubo à pessoa.

A ocorrência dessa modalidade de crime, nesses pontos, estaria associada ao tráfico de drogas e à prostituição.

O 4° BPM informa que o patrulhamento é intensificado onde o índice de criminalidade é maior, porém, esclarece que o criminosos que assaltam para sustentar o vício em drogas não medem as conseqüências, tampouco temem ser presos.

Órgãos ligados à área de segurança pública, atribuem o aumento da criminalidade ao tráfico de drogas. Para o delegado da Divisão de Furtos e Roubos da 9ª Subdivisão Policial de Maringá ( SDP), Laércio Fahur, a situação piorou com a disseminação do crack.

“Na época que o consumo maior era de maconha, a realidade era menos grave. O crack torna o bandido mais violento. Os usuários que cometem delitos costumam dizer que quando fumavam maconha praticavam pequenos furtos, mas que o crack os faz perder a cabeça”, explica.

“Dependente de crack, o viciado parte para uma ação mais violenta, com ameaça ao pedestre, porque já não consegue manter o vício apenas com furtos clandestinos. Com o bem roubado em mãos, procura uma ‘boca’ do tráfico para trocar por crack.”

Fahur aconselha que a vítima de assalto entre em contato com a Polícia o quanto antes, por meio dos telefones 190 (Militar) e 197 (Civil). É importante, segundo ele, que a pessoa se dirija à Delegacia mais próxima.

“Temos a foto de muitos criminosos no computador. Com esse banco de imagens, a vítima pode identificar o assaltante e fazer uma busca na residência dele. Assim, é grande a chande de prendermos o criminoso”, orienta.

Entre as dicas de segurança, o sargento Argemiro Mendes Ferreira Júnior explica que o importante é o cidadão jamais reagir ao assalto. Evitar andar com brincos e correntes de ouro, relógios caros e atender celulares modernos na rua, em especial à noite, diminui também os riscos de assalto.


O Diário do Norte do Paraná, 16/04/2008.

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