Homem, negro e com idade entre 15 e 29 anos. Esse é o perfil da vítima de homicídio no Brasil, de acordo com análise dos dados reunidos pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, tomando como base os mais de 52 mil crimes deste gênero que ocorreram no país em 2011, dos quais 18.387 vitimaram homens negros dentro desta faixa etária, ou 35,8%.
Áurea Carolina de Freitas, socióloga e integrante do Fórum das Juventudes da Grande Belo Horizonte, acredita que esse cenário só mudará quando o sistema prisional e judiciário for alterado, enquanto Felipe Freitas, membro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ligada à Presidência da República, aponta que esse fenômeno decorre tanto do processo histórico do país como de resquícios do racismo que ainda perdura no Brasil.
Um levantamento da Seppir, feito em 2012 em parceria com o DataSenado, revela que para quase 60% dos entrevistados, a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que caso semelhante envolvendo um homem branco.
Para mudar isso, Freitas coordena o plano Juventude Viva, que busca reduzir os homicídios de jovens negros em 132 municípios. A ideia é trabalhar com redução da letalidade policial, implementação de equipamentos de cultura e lazer e combate ao racismo.
Espalhadas por todo o país, as cidades foram escolhidas porque nelas foram registrados 70% das mortes violentas que envolvem homens negros entre 15 e 29 anos. A expectativa é de que, até dezembro, o Juventude Viva chegue a 61 localidades do Distrito Federal, São Paulo, Pará, Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Paraíba.
Com informações da Agência Brasil.
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