Mais de 24 milhões de homens chineses em idade reprodutiva poderão ficar sem esposas em 2020, segundo um estudo da Academia Chinesa de Ciências Sociais divulgado nesta segunda-feira.
O desequilíbrio de gênero entre recém-nascidos é o tido como um sério problema demográfico para ao país, que tem uma população de 1,3 bilhões de pessoas.
O estudo cita abortos de bebês do sexo feminino – resultado do tradicional favoritismo chinês por meninos e das rigorosas leis de planejamento familiar, que limitam o número de filhos que cada casal pode ter - como um dos fatores determinantes para o problema.
Segundo a organização, os abortos de bebês do sexo feminino são “extremamente comuns”.
A prática é particularmente comum em áreas rurais e os exames de ultrassom, introduzidos no país nos anos 80, aumentaram sua incidência.
Prostituição forçada
Os mais recentes números divulgados no estudo mostram que, para cada 100 meninas nascem 119 meninos na China.
O pesquisador Wang Guangzhou diz no jornal chinês Global Times que isso faz com que vários homens nas regiões mais pobres da China fiquem solteiros durante toda a vida.
“A chances de um homem com mais de 40 anos de idade no campo se casar são raras”, disse ele. “Eles ficarão mais dependentes do seguro social à medida que envelhecem e terão menos recursos domésticos dos quais depender.”
A relutância de muitas chinesas de áreas urbanas em ter o primeiro filho também está aumentando o problema.
Por lei, os casais na zona rural podem ter até dois filhos, nas áreas urbanas apenas um - exceto a cidade/província de Xangai, que permite dois filhos por casal.
Em algumas províncias, 130 meninos nascem para cada 100 meninas.
O estudo diz ainda que o crescente desequilíbrio demográfico estaria fomentando a prostituição forçada e o tráfico humano em algumas partes do país.
Em 2009, já havia um excesso de 32 milhões de homens abaixo dos 20 anos de idade na China, segundo um estudo publicado em abril pela revista especializada British Medical Journal.
BBC BRASIL.
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