"Ou o Brasil acaba com a corrupção ou a corrupção acaba com o País". A afirmação foi feita ontem (10) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, durante entrevista concedida antes de embarcar para Rondônia, onde participará da solenidade de posse da nova diretoria da entidade. Ao ser questionado sobre os motivos que levaram a OAB a encaminhar à Procuradoria Geral da República pedido de tomada de medidas judiciais para o afastamento imediato do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, Ophir afirmou que a OAB apenas cumpre o seu papel histórico de defesa da Constituição e de zelar pela moralidade pública, conforme prevê o artigo 44, I, da Lei 8906/94 (Estatuto da OAB e da Advocacia).
Ophir convocou a sociedade brasileira a unir-se no combate ao que chamou de "chaga" da corrupção. "A corrupção está, lamentavelmente, entranhada na vida pública brasileira. Precisamos combater isso porque a corrupção é muito forte, é algo que destrói a confiança e faz as pessoas desacreditarem nas instituições", acrescentou.
Segue a entrevista concedida hoje pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante:
P - A que o senhor credita essa pressão da sociedade pelo afastamento do governador Arruda por suspeita de pagamento de propina e de "compra" de testemunhas no inquérito do Mensalão do DEM?
R - Esse é o momento que a sociedade brasileira está unida no sentido de combater essa chaga que é a corrupção. A corrupção está, lamentavelmente, entranhada na vida pública brasileira, em todas as esferas do poder, municipal, estadual e federal. Precisamos combater isso porque a corrupção é muito forte, é algo que destrói a confiança e faz as pessoas desacreditarem nas instituições. Precisamos reagir. A Ordem dos Advogados do Brasil, nos termos do artigo 44, I, da Lei 8906/94 (Estatuto da OAB e da Advocacia), está cumprindo o seu papel histórico de defesa da Constituição, zelando pela moralidade pública. Ou o Brasil acaba com a corrupção ou a corrupção acaba com o país.
P - O que a OAB pretende fazer para ajudar nesse combate à corrupção?
R - Uma articulação institucional no sentido de defender a sociedade. É importante que vozes se unam para garantir o devido processo legal, o direito de defesa das pessoas acusadas, mas também é preciso cobrar uma celeridade maior do Judiciário. A celeridade não é um mito. A morosidade nos processo é real e precisa ser combatida por todos, principalmente nos casos de processos que envolvem crimes de improbidade administrativa, peculato e corrupção de um modo geral. O julgamento dos processos tem demorado demais e o cidadão precisa ter uma resposta imediata aos pedidos que leva à Justiça. Nesse sentido, a OAB vai postular junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que promova uma campanha, uma espécie de Meta 3, para acelerar o julgamento dos processos envolvendo corrupção.
P - Mas ainda é possível pensar em solução para o morosidade da Justiça?
R - Se perdermos a esperança, deixaremos de ser brasileiros. É fundamental que mantenhamos a esperança e prossigamos com a luta em prol de uma agilidade maior da Justiça. O povo brasileiro é, na sua ampla maioria, um povo que trabalha dia e noite para desenvolver este país. Precisamos resgatar, cada vez mais, a dignidade da política, da gestão pública do Brasil. Há políticos sérios e eu tenho certeza que a sociedade e as pessoas que desempenham uma política digna neste país serão importantes para que avancemos e tenhamos uma guinada no que diz respeito ao combate à corrupção. A corrupção deve ser combatida por nós diariamente.
Fonte: Conselho Federal
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