Organizações e movimentos sociais do mundo inteiro comemoram hoje (12) o Dia Internacional da Juventude. O ano de 2008 foi declarado o Ano Ibero-americano da Juventude pela Organização Ibero-americana da Juventude (OIJ). Em comunicado, a Rede Latino-Americana de Juventudes Rurais (Relajur) afirmou que atualmente se observa uma ampla institucionalidade estatal na juventude no continente, com os organismos internacionais desenvolvendo e apoiando projetos relacionados à juventude.
No entanto, a Relajur faz uma ressalva: "Nesse cenário, lamentavelmente, a juventude rural é muito pouco considerada. Isso parece um paradoxo, já que a América Latina é uma região produtora de alimentos por excelência, é exportadora de uma porcentagem significativa dos alimentos no mundo e tem uma população rural significativa".
Segundo a Relajur, muitas experiências realizadas pelos próprios jovens rurais mostram o rumo a seguir, em busca de melhores oportunidades para a juventude que vive nas áreas rurais. "Esperamos que as diversas atividades programadas em torno dessas comemorações logrem apoiar a visibilidade da realidade da juventude rural, e se comece a priorizar um setor estratégico para as sociedades latino-americanas por sua dupla condição de jovens e de rurais", enfatizam.
No Brasil, os jovens reunidos no I Encontro de Jovens Nordestinos Pela Paz, realizado em Timon, no Maranhão, nos dias 9 e 10 de agosto, divulgaram um manifesto "Por outro Brasil possível", na tentativa de "fazer ecoar em meio ao povo brasileiro e nos confins da única casa comum de toda a humanidade - a terra -, o nosso grito de paz".
No documento, os jovens afirmam apoiar e abraçar todas as ações que nas comunidades, escolas, igrejas e espaços públicos promovam a construção de uma Cultura de Paz; as prioridades e resoluções surgidas na I Conferência Nacional da Juventude; as iniciativas em defesa da Amazônia e das comunidades afetadas pela Estrada de Ferro do Carajás, particularmente a Campanha "Justiça nos Trilhos".
Além disso, exigem a retirada da pauta de discussão da PEC sobre a redução da maioridade penal; a imediata aprovação da PEC da Juventude e a ratificação da Convenção Ibero-americana da Juventude; a inclusão efetiva e permanente da educação sócio-ambiental nos currículos escolares do ensino básico e médio.
"Estamos acordados. Sonhamos, mas não vivemos somente de utopias. Os nossos pés, bem plantados neste generoso chão, caminham na esperança; percorrem trilhas de justiça e de paz, abertas passo a passo na luta cotidiana para conquistar espaços de inclusão, visibilidade e participação. Sentimos na pele o calor amigo de mãos entrelaçadas, ternas e firmes, formando um cordão cada vez maior de tolerância e de acolhida da diversidade étnica, política e religiosa e de comunhão e compromisso sincero com as causas dos excluídos das riquezas da vida que a todos pertencem", afirmam.
Um relatório da Organização Internacional do Trabalho, divulgado em 2007, revelou uma realidade amarga à espera dos jovens quando chegam ao mercado de trabalho. Segundo o informe, o desemprego, a informalidade e a inatividade restringem as oportunidades para a juventude, limitando o potencial da região em impulsionar o crescimento econômico e em lutar contra a pobreza.
De acordo com os números de 2007, dez milhões de jovens estavam desempregados na região, o que equivale a 16% da força de trabalho entre 15 e 24 anos, um nível três vezes superior ao dos adultos. Outros 30 milhões de jovens estavam empregados na economia informal, em que predominam as más condições de trabalho, e 22 milhões de jovens não estudam nem trabalham, freqüentemente devido à falta de oportunidade ou a reiteradas frustrações, o que poderia colocá-los em situação de risco social.
Adital.
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