Brasília - Políticas preventivas, e não repressivas, são o que o Estado deve adotar para conseguir evitar o aumento da violência nas cidades médias, aquelas que têm entre 100 mil e 500 mil habitantes. A opinião é do secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri.
Dados preliminares de uma pesquisa divulgados neste semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram que essas cidades apresentaram crescimento populacional maior que o conjunto dos demais municípios brasileiros, entre 2000 e 2007.
Segundo o secretário, o crescimento populacional está diretamente ligado, em todo o mundo, ao aumento da violência. “Quando você concentra a população, concentra problemas até de ordem de relações interpessoais. Onde você concentra população, tem que ter modelos policiais que trabalhem fundamentalmente com mediação e resolução de conflitos”, destaca.
Para Balestreri, mesmo cidades previamente planejadas podem sofrer com a criminalidade provocada pelo inchaço populacional, pois não contam com estrutura em todos os serviços públicos para receber as pessoas que migram.
Por conta disso, ele defende que antes de se tomar medidas repressivas nas cidades médias é necessário implementar políticas públicas, numa articulação entre municípios, estados e União.
“Precisamos criar oportunidades nesses municípios de médio porte, que estão crescendo, inchando e têm aumentadas as suas possibilidades de conflitos sociais. Com isso, particularmente os jovens, que são as maiores vítimas, mas também os maiores perpetradores de violência, terão uma formação moral diferenciada e condições do exercício da sua cidadania”.
Entre as possibilidades, Balestreri cita o acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, além de projetos como o Escola Aberta. Segundo ele, essas iniciativas possibilitam a pais e alunos acesso a atividades extra-curriculares e capacitação para entrar no mercado de trabalho, “porque não é pedalando porta, dando tiro, fazendo espetáculo por meio da truculência que nós reduzimos o crime e a violência”.
O secretário afirma que as ações do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) já estão contribuindo para o novo modelo de pensar a segurança, com foco nos municípios. Ele ressalta que, com o programa, o orçamento do Ministério da Justiça para a área saltou de R$ 600 milhões para cerca de R$ 2 bilhões, já somando os Fundos Nacional de Segurança Pública e Penitenciário Nacional. A expectativa de Balestreri é que os primeiros resultados estatísticos das ações possam surgir em dois ou três anos.
Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário