Heloisa Alves Ribas – Estagiária de Jornalismo
A violência vem acrescentando mais e mais números às estatísticas diárias do Rio de Janeiro. Só em 2017, cerca de 97* policiais militares foram mortos no Estado. Destes, 56 estavam de folga, 21 foram mortos em serviço e os demais eram aposentados. Segundo dados do jornal O Dia, houve um aumento de mais de 46,8% nas mortes em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram 62 homicídios de PMs até aproximadamente esta data.
Entretanto, em meio a tanta violência, alguns policiais buscam formas de combater esse mal que afeta, inclusive, a saúde psicológica desses trabalhadores. Uma dessas ideias é o projeto do estudante do curso de Filosofia da Uninter no polo de Tijuca (RJ), José Márcio Rocha Venâncio. A iniciativa do inspetor de polícia do Rio consiste em ministrar palestras e curso de formação para toda a polícia do Estado.
“Na verdade, a ideia surgiu a partir da observação dos altos índices de violência do nosso Estado e principalmente a má conduta, a falta de postura e as frequentes notícias sobre os policiais. Acredito que com os instrumentos do projeto (aulas, debates, curso, dinâmica de grupo) podemos contribuir para uma melhor formação do policial, que no caso é um servidor da sociedade”, explica José.
O policial, de 48 anos, destaca que a filosofia o fez se questionar e se motivar a ser um agente modificador e desconstruir o modelo atual da polícia estadual, formando uma polícia mais justa. “A intenção é que consigam refletir sobre suas atitudes e desconstruir aquilo que imaginam ser um bom policial, para que, entendendo os conceitos filosóficos, possa-se produzir um funcionário voltado aos anseios da sociedade, isto é, um policial mais cidadão e protetor das leis e da sociedade como um todo”, ressalta.
Atuando há 27 anos, José ainda pretende fazer parte do corpo docente da polícia, ajudando a formação de uma polícia mais cidadã e, segundo ele, espera estar implementando esse projeto ainda neste ano.
*número levantado até o fechamento desta matéria.
Edição: Mauri König
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