quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Justiça arquiva 86% dos crimes de 'colarinho branco'


Deduzidas apenas 160 acusações em 1238 inquéritos encerrados de setembro de 2016 a agosto deste ano.




Quase 86 por cento dos inquéritos do Ministério Público a crimes de colarinho branco abertos entre setembro de 2016 e agosto de 2017 acabaram arquivados. De acordo com os dados do relatório síntese da corrupção e criminalidade conexa entre 2014 e 2017 divulgados esta semana pelo Ministério Público, entre o final de 2016 e o verão de 2017 foram abertos 2204 e encerrados outros 1238, dos quais 1061 acabaram arquivados, 17 deram origem a suspensões provisórias e 160 resultaram em acusação. A percentagem de inquéritos em que não é exercida a ação penal do Ministério Público não tem parado de crescer desde 2014/2015. Nesse ano, 79 por cento dos inquéritos foram arquivados e em 2015/2016, 81 por cento dos inquéritos tiveram o mesmo fim. Foram os crimes de peculato (desvio ou roubo de dinheiro público) que mais chegaram aos tribunais. Entre setembro de 2016 e agosto de 2017, foram iniciados 424 inquéritos, sobretudo concentrados nos Departamentos de Investigação e Ação Penal do Porto, Lisboa, Santarém, Braga e Faro. No entanto, apenas foi deduzida acusação em 87 casos. Já no que toca aos crimes de corrupção, foram abertos 861 inquéritos mas apenas 40 resultaram em acusação. Também o branqueamento de capitais se destacou, com 202 inquéritos que resultaram em apenas 15 acusações. Só até dia 31 de outubro deste ano, o Ministério Público recebeu 5018 comunicações dos bancos de "transações e atividades financeiras sobre as quais existiam suspeitas". São mais de 16 operações suspeitas comunicadas por dia, que deram origem à abertura de 42 inquéritos relativos a transferências bancárias em várias moedas no valor total de 11,4 milhões de euros. Valor expressivo mas longe dos 55,2 milhões de euros suspeitos que foram movimentados e investigados em 2015.

Fonte: CM JORNAL. 09.12.2017.

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