Entre 2009 e 2011, a Espanha resgatou quatro mil mulheres do tráfico de pessoas e exploração sexual. Dessas, três em cada 10 mulheres eram brasileiras, o equivalente a 32% do total. O balanço foi divulgado pela Defensoria do Povo, em Madri, nesta quinta-feira (20). As brasileiras só perdem para as romenas, 60% das mulheres vítimas de exploração. As informações são do jornal “El País”.
No entanto, o próprio órgão estima que o número seja bem maior, já que a cada 20 vítimas de exploração sexual apenas uma é reconhecida. Em 2010, por exemplo, foi levantado que 15.075 pessoas viviam em situação de risco com relação ao tráfico humano. No final do ano, apenas 1.641 vítimas foram identificadas. Em 2011, os números foram menores: 14.370 possíveis vítimas, contra 1.082 reconhecidas no final do ano.
O balanço aponta como necessário o estabelecimento de novos métodos de investigação, pois atualmente as denúncias dependem majoritariamente da colaboração das vítimas. Uma das sugestões é investigar os envolvidos no tráfico de pessoas através de movimentações financeiras suspeitas. “É uma ferramenta importante para a obtenção de provas, avaliação de riscos e para conhecer melhor o modus operandi dos traficantes para aprimorar as formas de detenção”, disse a defensora Soledad Bacerril.
O relatório aponta ainda que as vítimas de tráfico de pessoas no país são majoritariamente estrangeiras. As principais rotas do tráfico incluem também países como Nigéria e Paraguai. Segundo a defensoria, em 2011, 47% das vítimas identificadas eram da América, 45%, da Europa, e outras 7% da África.
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