sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Universidade do Minho é parceira do Governo contra a violência doméstica


A Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género (CIG) e a Universidade do Minho pretendem estender a várias regiões do país os grupos de apoio a mulheres em situação de violência conjugal. Nos dois últimos anos foram criados três grupos de ajuda na região Norte, os quais envolveram cerca de 30 mulheres. 
As terapias revelaram-se um sucesso e, a médio prazo, pretende-se expandir o projecto, tal como previsto no IV Plano Nacional contra a Violência Doméstica.

Com o projecto ‘GAM - Grupo de Ajuda Mútua: Intervenção terapêutica em grupo com mulheres vítimas de violência na intimidade’, estas beneficiaram de sessões semanais de 90 minutos durante dois meses. Este tipo de intervenção permitiu reduzir a vitimação sofrida (física, psicológica, sexual), a tolerância face à violência doméstica, aumentar o nível da auto-estima e do apoio social e reduzir a sintomatologia clínica inicial de natureza depressiva. 

“Os GAM foram importantes na vida destas mulheres. Revelam um elevado pragmatismo em prol do seu bem-estar físico e psicológico. Algumas participantes valorizaram tanto a experiência que mantêm ainda a rede de interajuda e o convívio regular com as restantes”, explicou Marlene Matos, coordenadora do projecto e professora da Escola de Psicologia da Universidade do Minho.
A investigadora, que coordena a Unidade de Psicologia da Justiça, desenvolve investigação nas áreas da Psicologia Forense e da Vitimologia, nomeadamente em violência doméstica, ‘stalking’ e vitimação múltipla.

Os grupos de ajuda decorreram em Braga e Porto, com a colaboração de uma clínica de bem-estar e dois cabeleireiros, que ofereceram cuidados pessoais às mulheres no sentido de as ajudar a reconstruir a sua auto-estima e bem-estar.
A CIG vai publicar em breve um manual sobre esta temática, que visa orientar profissionais na preparação, planeamento e implementação deste tipo de grupos. 

Em 2011 houve em Portugal 25 126 queixas-crime por violência doméstica.

Fonte: Correio do Minho. 2012-02-23

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