segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Homem mata bebê e se suicida em Porecatu

Motorista teria se irritado com choro da filha; ameaças eram constantes, disse viúva
Porecatu - A comunidade de Porecatu (85 km ao norte de Londrina) está estarrecida. Na tarde do último sábado, o motorista Marcos Juliano Pereira, 33 anos, que trabalhava na Usina Central, levou a violência doméstica às últimas consequências: matou a própria filha por espancamento, agrediu a esposa e, aparentemente, suicidou-se pouco depois.

A pequena Jennifer Gabrielle Pereira, de apenas um mês de vida, chegou a receber atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos. No hospital, os pais declararam que a criança havia caído. Desconfiado com os tipos de hematoma, o médico disse que mandaria o corpo para exame no Instituto Médico Legal (IML). Foi então que a mãe, Tallita Lima dos Santos Pereira, 18 anos, resolveu contar o que havia acontecido.

Em depoimento à Polícia Civil, a dona-de-casa disse que o marido se irritou com o choro da filha e chegou a dizer que ''caixãozinho de criança era barato''. Segundo Tallita, o bebê estaria com fome porque o pai, ciumento, não deixava que ele fosse amamentado com frequência. Por volta das 13 horas de anteontem, a mãe tomava banho quando ouviu barulho de tapas e percebeu que o choro cessou de repente. Quando correu para acudir a criança no quarto, as duas passaram a ser alvos de socos e chutes. A cama chegou a ser quebrada.

Ainda conforme o relato da dona-de-casa, o agressor só parou quando a mãe dele chegou ao local. Tallita teria corrido ao hospital a pé, acompanhada de carro pelo marido. ''Ela ficou com medo de falar a verdade ao médico porque estava sendo ameaçada. Quando disse que contaria tudo à polícia, o marido foi para uma propriedade abandonada e, aparentemente, se matou com um tiro na boca'', afirmou o delegado de Porecatu, Elisandro de Souza Correia. De acordo com ele, duas cápsulas de revólver foram achadas no local, mas a arma de fogo desapareceu.

A viúva revelou que o marido sempre foi violento, ameaçando com frequência matar a família e cometer suicídio. Durante a gravidez, ela registrou um Boletim de Ocorrência (BO) por agressão. Ainda segundo Tallita, Marcos teve outros cinco filhos e esfaqueou uma ex-mulher. ''Que este crime sirva de alerta para que as vítimas de violência doméstica procurem ajuda, tanto da família quanto da polícia'', ressaltou o delegado. ''O povo de Porecatu está chocado'', acrescentou. O corpo de Jennifer foi enterrado na tarde de ontem, no cemitério Cristo Rei, de Porecatu.


Folha de Londrina.

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