Um levantamento feito pelo Judiciário de Mato Grosso junto aos menores infratores que cumprem medidas socioeducativas no complexo Pomeri, em Cuiabá, revela que 71% dos jovens voltam a cometer atos infracionais, mesmo após a aplicação das medidas. Um levantamento semelhante, feito pela Polícia Judiciária Civil com base em números do primeiro semestre, revela que seis em cada 10 menores apreendidos são reincidentes.
Os crimes mais comuns são tráfico ou porte de drogas e roubos. Eduardo Botelho, delegado adjunto da Delegacia Especial do Adolescente, crê que três fatores facilitam o retorno dos menores a praticar crimes. Segundo ele, a estrutura oferecida é precária, as famílias de muitos jovens não cooperam para a recuperação e o índice de evasão do ambiente escolar, nestes casos, é muito alto.
O juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, Antonio Veloso Peleja Júnior, afirma que é possível traçar um perfil dos jovens, com base nos dados coletados em março, quando ele era titular da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá. A maioria dos menores tem apenas o ensino fundamental (67%), sendo que 88% são negros ou pardos. As famílias são desestruturadas e têm baixo poder aquisitivo, morando normalmente em locais cercados pelo tráfico de drogas.
O juiz afirma que é fundamental a construção de unidades semiabertas, espécie de ponte entre a internação e a liberdade, e a ampliação da rede de entidades envolvidas com o trabalho comunitário de adolescentes infratores, que atualmente inclui, em Cuiabá, apenas o Museu do Rio.
Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-MT.
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