Estudantes vivenciam histórias de adolescentes que sofrem agressões.
Ideia é que estudante se coloque no lugar de um personagem fictício.
Quase dois milhões de alunos do Ensino Médio das escolas estaduais de São Paulo começaram a ter aulas sobre o bullying nesta terça-feira (20). Em um jogo de imaginação, os estudantes vivenciam histórias de adolescentes que sofrem agressões físicas e psicológicas.
A estudante Juliana Santos Candiane escolheu a história de Mariana, que sofre bullying. A menina tem 17 anos, é ótima no skate, joga basquete e enfrenta problemas na escola. Os meninos dizem que o cabelo dela é ridículo e implicam com os piercings. “Eu nunca passei isso na vida, mas só de ler eu já vi que deve ser barra pesada.”
A ideia é que os adolescentes se coloquem no lugar de um personagem fictício para aprenderem a lidar com o preconceito e, assim, evitarem o bullying. A brincadeira em sala de aula é um jogo conhecido como RPG, em que os participantes vivenciam experiências de outras pessoas.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, do IBGE, quase 30% dos estudantes brasileiros já se sentiram humilhados por provocações de colegas. O filho de Cristiane Ferreira Almeida, presidente da ONG Educar contra o Bullying, começou a sofrer na escola aos oito anos.
O menino fez tratamento psicológico e mudou de escola. A mãe fundou a ONG para ajudar outros pais e alunos que enfrentam o problema. “Ele dizia que os meninos não convidavam ele para jogar futebol, educação física, fazer parte do grupo. Um dia ele apanhou de cinco meninas. O bullying é comportamento. A gente vive numa sociedade agressiva. Se a gente quer crianças menos agressivas, a sociedade tem que ser menos agressiva, os pais têm que ser menos agressivos”, conclui Cristiane.
A pesquisa do IBGE mostra também que 20,8% dos estudantes admitiram praticar bullying.
Jornal Hoje. 20/08/2013
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