quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A exemplar atitude de uma delegada contra torcedores quadrilheiros


Milton Corrêa da Costa

Providencial e acima de tudo corajosa e exemplar a firme atitude da Chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, ao endurecer o jogo contra tordedores arruaceiros, bandidos de carteirinha, que durante anos protagonizaram, fora dos estádios, cenas de vandalismo e afronta à ordem pública, sem que os rigores da lei fosse aplicado ao grupo criminoso como um todo. A prisão de 21 integrantes da torcida Young Flu no último sábado (25/08)- já há pedido para que tal entidade seja também banida dos estádios- autuados por lesão corporal, formação de quadrilha, corrupção de menores  e promoção de confronto (três  também foram autuados por roubo), crimes previstos no Código Penal Brasileiro e ainda no Estatuto do Torcedor, é sem dúvida um divisor de águas para que doravante, já com a criação de uma força-tarefa para combate a tais gangues, sejam desencorajadas tais práticas criminosas.
Lugar de torcedor bandido, que usa arma de fogo e outras ferramentas próprias para o crime, que ameaça a incolumidade do próximo, espanca covardemente e assalta, é na cadeia, com a cabeça raspada e uniforme de prisioneiro, como estão agora. São tão ou mais bandidos como qualquer outro. Quando uma mãe reconhece que o próprio filho faz parte de uma 'facção criminosa', não há mais o que contestar, há que se tomar é duras medidas legais como determinou louvavelmente a delegada Martha Rocha. Louve-se também a atitude da delegada Cristiane Carvalho, de serviço na 24a Delegacia Policial, ao efetuar prontamente o flagrante dos crimes cometidos, enquadrando os acusados no rigor da lei, não lhes permitindo que através de fiança se vissem soltos. O somatório dos graves crimes cometidos não lhes permitia a fiança.
Tais bandidos, com carteirinha de torcida organizada, sentem agora na pele o rigor da lei. À Polícia Militar, ao Ministério Publico e ao Poder Judiciário também os  aplausos da sociedade pelo cumprimento  exemplar de suas missões constitucionais com relação ao episódio. Estado democrático de direito não é sinônimo de estado anárquico de direito, onde se imagina que pode tudo, afrontando e ameaçando a sociedade. 
Registre-se aqui a responsabilidade de alguns clubes de futebol que apoiam o nefasto prosissionalismo de torcidas organizadas - alguns de seus integrantes sequer tem atividade regular de trabalho- contribuindo assim para o cenário ameaçador e desafiador de tais grupos. Outros dirigentes também incitaram, durante anos, uma perigosa rivalidade ( não sadia) entre tradicionais clubes. Doravante também deveriam ser responsabilizados por suas atitudes impróprias, muitas vezes refletidas no interior das quatro linhas em lamentáveis cenas perpetradas por profissionais do futebol.
Torcidas existem para apoiar seus clubes, não para delinquir infringindo acintosamente a lei. Que a atitude da Delegada Martha Rocha, chefe da Polícia Civil do Rio, sirva de exemplo para muitas autoridades policiais de todo o país, desencorajando assim a ação indesejável de desordeiros que insistem  em afrontar a ordem pública. A lei existe para ser cumprida. Futebol é paixão nacional sadia, não meio de extravasar ameaça à vida e à ordem pública.

Milton Corrêa da Costa é Tenente Coronel da reserva da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro

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