A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) decidiu encarar o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal, que, na última sexta-feira, concedeu um habeas corpus que quase libertou o bicheiro Carlos Cachoeira. Ele só não foi solto porque outra decisão impediu sua libertação. Em nota, que está sendo divulgada nesta segunda-feira, a ADPF expressa que uma eventual anulação da Operação Monte Carlo contribui para a imagem de “tolerância” de parte do Judiciário com a criminalidade no País.
Liderada pelo delegado Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, a ADPF pretende comandar, nesta semana, uma ofensiva para deixar de pé a Operação Monte Carlo. O risco é o de que as 30 mil horas de gravações sejam consideradas ilegais. O desembargador Tourinho Neto já deu seu voto neste sentido e o julgamento será retomado nesta terça-feira.
Os argumentos da defesa, comandada pelo advogado Marcio Thomaz Bastos, curiosamente ex-ministro da Justiça e ex-chefe da PF, são de que as gravações seriam ilegais porque teriam partido de denúncia anônima. Foi assim, por exemplo, que Thomaz Bastos anulou toda a Operação Castelo de Areia, feita contra a construtora Camargo Corrêa.
Em ofício, o delegado Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo, rebateu a tese de que os grampos seriam ilegais. Segundo ele, as escutas só ocorreram após o “aprofundamento das investigações iniciais”.
De qualquer forma, grampos ilegais sempre foram a especialidade de Cachoeira e de seus arapongas, como o sargento Dadá e o policial Jairo Martins. A PF investiga até a possibilidade de que a quadrilha tenha tido acesso ao Sistema Guardião – o mesmo usado pelo Polícia Federal.
Em Rondônia
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Revista da Defesa Social & Portal Nacional dos Delegados
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