Milton Corrêa da Costa
O Coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, ciente do desgaste e do momento difícil porquê passa a Polícia Militar, num ato representativo de seu raro amor corporativo, assumindo total responsabilidade pela nomeação do Tenente Coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira no comando do 7º BPM, oficial ora acusado de mentor intelectual da morte da juíza Patrícia Acioli, solicitou exoneração do cargo de comandante-geral da PMERJ. Um posicionamento honrado.
Oficial altamente vocacionado, esteve à frente da bissecular instituição por mais de dois anos, demonstrando equilíbrio, energia e determinação em momentos difíceis de seu comando, mormente como líder das forças de segurança durante a tomada do Complexo do Alemão, no memorável 25 de novembro de 2010, e no episódio de invasão ao Quartel Central do Corpo de Bombeiros, em junho último, agindo em nome da ordem pública. numa negociação das mais difíceis e complexas. Acresce-se o fato do trabalho incansável do referido ex-comandante como braço aliado da política de segurança do Estado, principalmente no processo de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora em diferentes comunidades até então dominadas pelo poder do tráfico.
Erros obviamente que ocorrem numa missão difícil como essa, que muitas vezes requer respostas imediatas. Errar é humano. Registre-se, porém, por dever de justiça, que o coronel Mário Sérgio jamais eximiu-se em punir os que se desviaram da boa conduta e elogiar os que se fizeram merecedores no desempenho da nobre missão de comandar, liderar e dar o exemplo. Oficiais existem para dar o exemplo aos subordinados, diga-se de passagem.
A recente exoneração do coronel Mário Sérgio mostra pois, de forma muita clara, a complexidade e natural desgaste do comando de uma instituição com mais de 40 mil homens, com a missão diuturna de polícia ostensiva e preservação da ordem pública, onde a fraqueza moral de alguns de seus integrantes ofende o decoro ferindo a imagem da insituição. Policial é fiscal da lei . Existe para servir e proteger a sociedade, não para aviltá-la. Não se pode mais conviver com que veste farda e se associa ao crime. Isso é fato. Ressalte-se também que ninguém está imune ao rigor da lei pelo cargo que ocupa. O exemplo tem que vir de cima. O bárbaro e covarde assassinato da juíza Patrícia Acioli precisa servir, inclusive, como divisor de águas no processo de depuração dos quadros da polícia, antes que toda estrutura policial se contamine.
Por tudo isso, a indicação do Coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, detentor do prêmio ‘Faz Diferença’ de O Globo, pela ilibada conduta moral , foi das mais felizes e importantes para o momento de considerável desgaste, perante a opinião pública, pelo qual passa a corporação. Possui todos os requisitos e qualidades só inerentes aos oficiais PM altamente vocacionados. Um disciplinador por excelência que sempre acompanhou a miúde o desempenho operacional de seus homens no dia a dia, quando nas funções de comando. Cobra probidade e tem na produtividade o referencial para a redução de índices de criminalidade. Um amigo do policial cumpridor de seu deveres. Um ferrenho opositor dos que cometem desvios de conduta. A probidade, a produtividade, o cumprimento da lei e a defesa da sociedade serão seus referenciais como doutrina de comando. Não tenho dúvida. Erir Ribeiro já deixou seu primeiro recado. Quer uma corregedoria interna pró-ativa. Ou seja, que se antecipe aos desvios de conduta e os matem na raiz. Portanto, policiais que insistem em viver à margem da lei, que ponham suas barbas de mollho. Para um bom entendedor meia palavra basta.
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