quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Adolescentes não são os principais responsáveis por assassinato no país

Dos 3.233 assassinatos em 2005 em SP, menos de 2% foram por menores
Mas dos jovens levados à Fundação Casa há 9 anos, poucos se recuperam.


O Profissão Repórter foi às ruas mostrar uma realidade pouco conhecida, de que os adolescentes não são os principais responsáveis pelos assassinatos no Brasil. Dos 3.233 assassinatos do ano de 2005 em São Paulo, menos de 2% foram de autoria de menores. Nove anos depois, nossa equipe foi descobrir o que aconteceu com os adolescentes envolvidos em assassinatos na cidade de São Paulo.
Por dois meses, comprovamos nas ruas o resultado de uma pesquisa sobre os menores envolvidos em assassinatos. Nossos repórteres foram atrás de 40 adolescentes de uma lista de envolvidos em homicídios e latrocínios ocorridos em São Paulo, no ano de 2005. A pesquisa prova que os menores não são os mais violentos, como muitos acreditam.
O ano de 2005 foi escolhido para que o longo período entre os crimes e a reportagem pudesse avaliar a qualidade do trabalho feito pelo Judiciário na recuperação desses jovens. Dos 40 jovens incluídos na lista, 25 voltaram a cometer crimes nos anos seguintes. Principalmente roubo e tráfico. Dezesseis deles estão presos no momento e dois morreram.
Todos esses adolescentes envolvidos em assassinatos em 2005 foram levados à Fundação Casa. A pesquisa mostra que passados nove anos a maioria dos jovens não foi recuperada.
A lei que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que o menor seja encaminhado para centros socioeducativos. Por lei, os adolescentes não devem ser levados a presídios. No estado de Minas Gerais, 67 menores estavam nessa situação quando foi realizada uma blitz da Justiça.
Na comunidade de atendimento socioeducativo de Salvador, 60% dos adolescentes foram internados por roubo ou tráfico de drogas e 4% cometeram homicídios. A unidade, que abriga 261 adolescentes, tem vaga para 120 internos. Uma superlotação de 117%.
No ano de 2013 aconteceram 1530 assassinatos na cidade de São Paulo. Os adolescentes foram responsáveis por 6% dessas mortes.
Dos 40 adolescentes listados na relação de assassinatos de 2005, Caco Barcellos encontrou oito recuperados.

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