Pouco mais de um ano após a publicação do Novo Código de Ética Médica, em abril do ano passado, pacientes e farmacêuticos ainda sofrem com os garranchos dos médicos que deixam as receitas ilegíveis.
No começo deste mês, a Promotoria Especial de Proteção à Saúde Pública de Maringá abriu um procedimento preparatório para investigar a queixa de uma moradora de Paiçandu, que fez uma reclamação formal de um "receituário prescrito com letra ilegível".
O diretor do Conselho Regional de Medicina, em Maringá, Natal Gianotto, acredita que ainda deve ser comunicado pela promotoria, que normalmente encaminha ao CRM as queixas contra os profissionais.
"Se a Promotoria nos passar este caso, vamos chamar o médico. Recebemos este tipo de reclamação com alguma frequência. Inicialmente, orientamos para que corrijam, mas quando é reincidente, abrimos sindicância para investigação e eventual punição", explica.
Caligrafia
"A prescrição médica dever
ser clara, legível e tem que
seguir as normas da
Vigilância Sanitária"
Natal Gianotto
Diretor do Conselho
Regional de Medicina
"A prescrição médica dever
ser clara, legível e tem que
seguir as normas da
Vigilância Sanitária"
Natal Gianotto
Diretor do Conselho
Regional de Medicina
De acordo com o diretor do CRM, a receita não precisar ser digitada e impressa, mas o médico tem a obrigação de entregar um receituário escrito de forma legível ao paciente.
"A prescrição médica dever ser clara, legível e tem que seguir as normas da Vigilância Sanitária. Tem que constar o nome da medicação, a posologia, com os horários e a forma de usar o medicamento e, além disso, precisa ter o carimbo e a assinatura do médico", afirma.
A reportagem de O Diário conversou com balconistas e farmacêuticos de três farmácias de Maringá. Nas três empresas, a informação é que , desde o ano passado, quando foi publicado o Novo Código de Ética Médica, diminuiu o número de receitas ilegíveis.
"Aumentou o número de médicos que passaram a usar o computador para imprimir as receitas, o que é melhor para a gente e para o cliente. Mas até hoje ainda há casos em que precisamos ligar para o médico para saber o que foi prescrito ao paciente", disse um farmacêutico.
Um balconista afirmou que é ainda comum ter que ‘adivinhar" o remédio indicado ao paciente, pois ao menos 5% das receitas que chegam à farmácia são totalmente inelegíveis.
"A gente só consegue identificar a prescrição do médico pela prática que temos aqui. Mas se entregar para o paciente e pedir para decifrar, ele não consegue. Se todas as receitas viessem legíveis, seriam bem melhor para a gente e para os clientes também", considera o balconista.
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