O delegado de Terra Rica (131 quilômetros de Maringá),, João Paulo Sorigotti da Silva, publicou na noite de terça- feira (9), na página da delegacia no Facebook, uma nota dizendo que vai adquirir ar-condicionado para os presos. No texto, assinado pelo delegado, ele esclarece os motivos que o levaram a tomar a decisão.
Segundo Sorigotti, a ideia da instalação dos equipamentos foi dele e a medida é meramente paliativa para que se garanta aos policiais o mínimo de sossego no exercício de seu dever e não tenham que ficar preocupados com presos passando mal em hospitais, devido às péssimas condições das celas.
“Não há local apropriado para colocar os detentos, que são amontoados em salas escuras, úmidas em meio a ratos, baratas, sem acesso à luz do dia e sujeitos a todo tipo de doença. Os presos, em Terra Rica, constantemente ficam em estado debilitado e necessitam de tratamento médico. O calor, em dias de verão, chega a 45º graus no interior da carceragem. Não há espaço para todos dormirem ao mesmo tempo, o que lhes impõe o revezamento. Todo esse sistema caótico, praticamente inviabiliza o trabalho da Polícia Civil, que precisa deslocar os investigadores em escoltas dos presos nos hospitais. O principal prejudicado é o cidadão, que se vê privado de um trabalho policial efetivo”, diz o texto.
Ainda conforme a postagem, o recurso utilizado para custear as despesas com a aquisição e instalação dos equipamentos viria de um fundo próprio para este tipo de investimento. “A verba faz parte de um fundo formado com dinheiro pago por pessoas que cometeram crimes e foram obrigadas a pagar uma multa como punição. Esses valores integram um fundo e devem ser usados, obrigatoriamente, em benefícios voltados aos presos. Se os valores não forem gastos em melhorias e benefícios destinados aos presos, não serão usados e ficarão inutilizados”, diz um trecho da nota.
O delegado ainda lembra que a Constituição Federal e a Lei de Execução Penal garantem aos presos a condição de pessoa humana, ressalta a crise pela qual o sistema carcerário do Paraná passa e lembra que os presos detidos, um dia deixarão a prisão e retornarão para a sociedade. “Não podemos nos deixar mover por pensamentos instintivos de ódio. O criminoso não ficará preso para sempre. Um dia ele sairá. Se tratado como um bicho, sairá um animal raivoso pronto para praticar atos violentos e impiedosos. Por outro lado, caso tratado com dignidade, poderá se redimir e voltar ao convívio social.”
(Com informações Blog do Joaquim de Paula)
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