O comunismo tem encontrado cada vez mais simpatizantes na sociedade ocidental contemporânea por ser a base do pensamento progressista. No meio cristão, o pensamento comunista tem encontrado simpatizantes, embora se trate de uma proposta completamente antagônica ao cristianismo.
A definição de incompatibilidade foi usada pelo doutor em sociologia Thadeu Silva, que concedeu uma entrevista recentemente analisando a ideologia elaborada por Karl Marx e pontuando as principais divergências com o cristianismo.
“Cristianismo e marxismo são duas coisas opostas entre si, impossíveis de serem conciliadas. As diferenças começam pela criação: a Bíblia mostra que Deus é o Criador do homem, ao passo que, para Marx, foi o homem quem construiu a ideia de Deus”, afirmou Thadeu Silva, em entrevista à ASN.
“Para Deus, o ser humano é a menina dos Seus olhos, a luz do mundo e o sal da terra, reparador de brechas e restaurador de veredas, membro da geração eleita, do sacerdócio real, da nação santa, do povo adquirido, testemunha do Senhor, enquanto que, para Marx, o homem é o autor da revolução contra o capitalismo”, resumiu.
O sociólogo pontua ainda que Marx se opõe a muitas outras convicçõe bíblicas: “De acordo com a Palavra de Deus, os pensamentos geram as ações, o que é o perfeito e oposto ao que Marx diz. O mandamento de Deus é amar os inimigos; o de Marx é destruí-los”.
“Deus diz que todos os males foram causados pelo pecado; Marx diz que o que causa o mal são as estruturas injustas da sociedade. Deus explica as ações humanas de acordo com a obediência dos homens à Sua Palavra; Marx explica as ações pelo dinheiro e pelo poder”, acrescentou Silva.
Além das diferenças conceituais, há ainda interesses distintos entre o cristianismo e o comunismo, já que o primeiro se baseia no Evangelho para apresentar ao homem o plano da Salvação, enquanto o segundo se atém à materialidade e ambição pelo poder.
“O interesse dos dois é completamente oposto: o cristianismo se interessa pela salvação do ser humano da condição de pecado, prega o Evangelho, anuncia a volta de Jesus, chama atenção para Deus como a pessoa mais importante da nossa vida, deseja viver na Cidade Santa com Cristo e os salvos e baseia sua vida na Palavra de Deus”, disse Silva. “O marxismo se interessa pelo poder, em tomá-lo das mãos da burguesia e passá-lo para os proletários; seu maior desejo é uma sociedade sem classes neste mundo e baseia sua vida pela vontade. Como poderiam ser compatíveis?”, questionou o sociólogo.
Um importante artifício usado por Marx na construção de seus argumentos é a inserção do interlocutor numa posição de conflito, o “nós contra eles”, denominado como “luta de classes” nos livros escritos visando a sustentação teórica da ideologia comunista.
Esse conceito de “luta de classes” vem sendo difundido no Brasil há décadas, através dos conceitos pedagógicos elaborados por Paulo Freire, um entusiasta do comunismo que terminou elevado à posição de “patrono da educação brasileira”.
Segundo Thadeu Silva, essa visão de conflito prejudicou a sociedade: “A luta de classes é um dos grandes temas de Marx e, também, um dos que mais dano causou à humanidade”, lamentou. “Por meio dele, alega que o desenvolvimento da humanidade teria acontecido graças à briga infindável entre quem tem dinheiro (dominadores) e quem tem força de trabalho (dominados) e ao crescimento das forças produtivas”.
“A aparente veracidade dessa alegação separa as pessoas em dois grupos opostos, mediadas por um ódio crescente à medida que a vida se torna mais difícil. O tom de justiça e de emancipação da obra de Marx continua encantando gente em muitos lugares, especialmente em países cujas populações ainda possuem baixa escolaridade, como os da América Latina e do antigo bloco soviético”, finalizou.
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