domingo, 17 de outubro de 2010

Cerca de 65% dos detidos em Maringá estavam desempregados

A maioria dos presos em flagrante pela Polícia Civil de Maringá é desempregada. Só neste ano, por exemplo, dos 816 flagrantes, 541 envolviam pessoas desempregadas, 66,29% do total, e 451 tinham antecedentes criminais.

Entre as modalidades de crime, o roubo lidera o ranking dos presos desempregados. Das 157 ocorrências registradas neste ano, entre janeiro e setembro, 79% não trabalhavam. Mas, diferente do que possa parecer, a falta de um trabalho não é justificativa para a criminalidade, na visão das autoridades.

"Não é possível afirmar que o desemprego se relaciona à criminalidade. O que se percebe é que essas pessoas (desempregados e presos em flagrante) já têm um histórico de envolvimento em pequenos delitos e muitos usam drogas", explica o delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial, SDP da Polícia Civil, Márcio Vinicius Amaro. "Dificilmente se surpreende um desempregado cometendo um delito. São raros os casos."

Ele observa que muitos escolheram a criminalidade e não querem o trabalho. "Eles cometem crimes ao longo da vida. São pessoas com poucas escolaridade, que não tiveram oportunidades. Por isso, o desemprego não pode ser analisado como um item isolado. Deve ser colocado em um contexto, há um conjunto de outros fatores que levam à criminalidade", acrescenta.

O delegado destaca que, em relação ao tráfico de drogas, é possível observar diferenças no comportamento dos envolvidos, principalmente depois do crack. 

"Há pessoas que vivem exclusivamente do tráfico. Já o pequeno traficante não tem ocupação e trafica para manter o vício. O crack representa uma nova realidade no que diz respeito ao perfil do usuário e do traficante", compara, citando que o crack é uma droga de efeitos mais devastadores e instantâneos.


Cursos

O sistema penitenciário tem políticas de reinserção de presos em regime semiaberto no mercado de trabalho. A Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), por exemplo, tem cerca de 15 presos que, sob a fiscalização da Vara de Execuções Penais (VEP), trabalham durante o dia em fábricas e indústrias e dormem no presídio à noite. A atividade, no entanto, deve ter a permissão da Justiça.

Além disso, a Divisão Ocupacional da PEM oferece cursos profissionalizantes, como eletricista, mecânico, jardineiro, além de cursos do ensino fundamental e médio. A cada 3 dias de estudos ou de atividade laboral, o preso ganha um dia de remissão na pena. Isso significa que, a cada ano, ele poderá reduzir a pena em 4 meses.


Levantamento

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