Em 10 anos, 600 milhões de empregos precisam ser criados para que a economia global cresça de forma sustentável, aponta estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Destes 600 milhões de vagas, 400 milhões servirão apenas para absorver o crescimento anual da força de trabalho. Os outros 200 milhões são referentes às atuais taxas de desemprego no mundo.
O relatório “Tendências Mundiais de Emprego 2012: prevenir uma crise mais profunda de empregos” aponta ainda para a necessidade de melhorar a condição de emprego de 900 milhões de pessoas, que recebem salários de até US$ 2 (cerca de R$ 3,05) por dia, aproximadamente R$ 90 por mês. Além da qualidade do trabalho, a OIT também aponta a vulnerabilidade (empregos sem garantias, carteira assinada ou direitos trabalhistas): estima-se que 1,52 bilhões de trabalhadores estão nesta situação, um aumento de 136 milhões em comparação com 2000 e 23 milhões a mais do que em 2009.
Também foi registrado que a retomada de postos de trabalho iniciada em 2009 foi de curta duração e que ainda há cerca de 27 milhões de trabalhadores desempregados a mais do que no início da crise. O fato de que as economias não estão gerando emprego suficiente se reflete na relação emprego-população (a proporção da população em idade de trabalhar que está empregada), que sofreu o maior declínio já registrado entre 2007 (61,2%) e 2010 (60,2%).
Apesar da recuperação não ter sido plena, o crescimento econômico da América Latina e do Caribe, que voltou aos níveis anteriores à crise em 2010, se manteve em 2011, porém, em ritmo mais lento. O crescimento econômico da região no último ano foi de 4,5%. Em 2010 havia sido de 6,1% e a média anual entre 2000 e 2007 foi de 3,6%. O maior crescimento registrado no útlimo ano foi da Argentina (8%). Brasil, Colômbia e México também atingiram níveis maiores do que anterior à crise.
Outra preocupação da OIT é a disparidade entre os sexos, quesito que também teve avanços revelados na América Latina e no Caribe. “A taxa de emprego feminino no Brasil, que é um importante direcionador dos movimentos da região, aumentou 3.8 pontos percentuais entre 2000 e 2010. No Chile, o aumento foi de 9,6 pontos percentuais”.
O avanço, porém, não se mantém nos níveis de produtividade. “No Brasil, a produtividade é consideravelmente mais baixa que outras grandes economias, assim como Argentina e Venezuela”. Embora os níveis de produtividade tenhamn sido crescentes nos últimos anos, exceto em 2009, são necessárias melhorias na educação e no treinamento da mão de obra local, segundo o estudo. Para por fim à recessão do mercado de trabalho mundial, afirma o documento da OIT “as políticas mundiais precisam ser coordenadas com maior firmeza”.
Clique aqui para ler o resumo do estudo (em espanhol).
E aqui para ler a íntegra (em inglês).
Marcos de Vasconcellos é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 23 de janeiro de 2012
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