segunda-feira, 18 de junho de 2012

Maioria dos casos de violência contra idosos é psicológica, segundo pesquisa da Defensoria Pública


A Defensoria Pública do Distrito Federal realizou hoje (15), na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, mutirão para oferecer orientação para idosos que sofreram algum tipo de violência. Segundo dados da defensoria, o maior número de casos de violência é a psicológica, com 53% dos casos, seguida de negligência (33%) e exploração financeira (30%). O mutirão faz parte das ações de comemoração ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa.
A Defensoria Pública atendeu 336 casos de violência contra idosos no DF em 2011. Desse total, 66% foram agredidos pelos filhos, o que corresponde a 224 casos. As mulheres idosas são as que mais sofrem agressões (67,4%).
A coordenadora do Núcleo de Idoso da Defensoria Pública e também presidente do Conselho do Idoso, Paula Regina Ribeiro, disse à Agência Brasil que o quadro não mudou nos últimos seis anos. “Ao longo desse período, não houve políticas públicas de combate à violência contra o idoso”, disse.
Para a psicóloga Fernanda Braga, da Central Judicial do Idoso do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), a classe econômica não é relevante nos casos de violência contra o idoso. " Não importa a renda do idoso, a violência acontece do mesmo jeito", disse. Segunda a pesquisa, a renda de 34% dos idosos que sofreram algum tipo de violência é até um salário mínimo e 21% recebem mais que cinco salários mínimos.
Em relação à violência sexual, Fernanda acredita que o assunto ainda é tabu entre os idosos. "Apesar de a violência sexual ficar entre os últimos lugares da pesquisa, os dados não mostram a realidade. Os idosos não têm coragem de denunciar os agressores", disse Braga.
Dorinato Alves de Faria, 87, foi conferir a palestra. Para ele, a orientação foi importante para que os idosos saibam quais seus direitos e o que devem fazer em casos de violência. "A palestra foi esclarecedora, pois tem muita coisa que a gente não sabe que tem direito. Nunca sofri nenhum tipo de agressão, mas assim, eu até posso ajudar quem sofreu".

Âmbito Jurídico.

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