Mais de 300 presos dizem estar cansados de morrer um pouco cada dia.
Todos assinaram carta enviada ao presidente italiano.
Mais de 300 detentos condenados à prisão perpétua na Itália escreveram uma carta ao presidente da república, Giorgio Napolitano, solicitando o restabelecimento da pena de morte.
"Senhor presidente da república, estamos cansados de morrer um pouco cada dia. Decidimos morrer de uma só vez e pedimos que nossa pena à prisão perpétua seja transformada em pena de morte", afirma o texto assinado por 310 réus e publicado no jornal 'La Repubblica'.
A prisão perpétua, instaurada em 1930, é a pena mais severa do país após a abolição da pena de morte imediatamente depois da Segunda Guerra Mundial.
"A perpetuidade é uma invenção de alguém, não de Deus, de uma selvageria que supera qualquer imaginação. É uma morte que se bebe a pequenas doses. É uma vitória sobre a morte porque é mais forte que a própria morte", acrescentam os detentos.
Segundo o jornal, 1.294 pessoas foram condenadas à pena capital na Itália, 25 delas mulheres. Deste total, 94 pessoas já passaram entre 21 e 25 anos na prisão e outras 97 mais de 26 anos.
Os prisioneiros afirmam que não estão mortos, mas tampouco vivos.
Mesmo com uma condenação à prisão perpétua é possível obter permissões de saída após 10 anos, a semiliberdade ao fim de 20 anos e a liberdade condicional depois de 26 anos no caso de bom comportamento, lembra o jornal.
Maria Luisa Boccia, senadora comunista, apresentou um projeto de lei que prevê a abolição da prisão perpétua e a substituição da mesma por penas, por exemplo, de 30 anos.
O presidente italiano respondeu à carta através de seu gabinete e afirmou que acompanha com grande atenção o assunto, mas que o mesmo é de competência direta do Parlamento e do governo.
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