Severina Maria da Silva, de 44 anos, acusada pelo assassinato do pai, foi absolvida por unanimidade nesta quinta-feira (25/8) durante julgamento no Fórum Thomaz de Aquino, em Recife. De acordo com os autos, ela contratou dois homens para matar o pai no dia 15 de novembro de 2005. Severina sofria abuso sexual desde os 9 anos de idade e teve 12 filhos com o pai, Severino Pedro de Andrade. A informação é do Estadão.
Dos filhos que teve com o pai, na zona rural de Caruaru, no agreste pernambucano, sete morreram. Os cinco que sobreviveram, com idade entre 12 e 19 anos, assistiram ao julgamento. Segundo ela, a decisão de matar o pai se deu após ele tentar estuprar uma das filhas, na época com 11 anos.
Severina conta ter sido espancada pelo pai, por três dias seguidos, em novembro de 2005, por se negar levar e segurar a filha, então com 11 anos incompletos, para que ele a violentasse. Diante da resistência, Severino a teria ameaçado de morte: ou levava a filha para a cama ou morreria. Severina decidiu então matá-lo e contratou dois homens para fazer o serviço. Ela chegou a ser presa por um ano e seis dias, mas foi liberada. Aguardou o julgamento em liberdade.
A advogada de defesa, Pollyana Queiroz, comemorou a decisão. Nem mesmo o promotor José Edivaldo da Silva pediu a condenação da ré. "As provas dos autos são muito fortes no sentido de que ela vivia sob coação material permanente, não se podendo exigir dela outra conduta, embora que trágica", afirmou ele. Severina agradeceu a todos que a ajudaram. "Deus me deu liberdade para cuidar dos meus filhos". Ela disse já ter se perdoado e também ao pai.
Os executores do crime, Edílson Francisco de Amorim e Denisar dos Santos, contratados por Maria Severina para matar o pai, foram condenados, em 2007, a 17 e 18 anos de prisão, respectivamente, e cumprem a sentença em um presídio de Caruaru.
Revista Consultor Jurídico, 25 de agosto de 2011
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