O juiz José Daniel Toaldo, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, ex-delegado de polícia, tem lado e tem coragem de ter opinião. Ele não esconde, por exemplo, que considera o distanciamento do juiz algo que prejudica o combate ao crime. A missão primordial de um juiz é condenar quem ele considera "bandido" — é a inferência embutida em suas decisões. Esta semana, Toaldo reconheceu ser suspeito para julgar um caso que tem como promotor Jackson Zilio. O magistrado deixa claro na decisão que odeia e despreza o membro do MP do Paraná por ver nele um "defensor de bandidos".
A raiva é vigorosa: "Atuará no feito, mimetizando um promotor de Justiça, a pessoa de Jackon Zilio", diz o juiz. Toaldo ainda se mostrou irritado com o fato do promotor ter se juntado à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em junho em uma tentativa de ato de desagravo a um juiz.
"Como já é de conhecimento público, tal pessoa se porta como defensor de criminosos, ao arrepio das tão altas funções do Ministério Público. Tal postura vem sendo relevada por logos anos. No entanto, como última "pérola", tal cidadão se aliou à OAB com o fim de praticar o odioso "desagravo público", situação que se presta unicamente a atender interesses mesquinhos dos piores profissionais da área."
"A situação ocorreu no último dia 28 de junho, sendo possível vê-lo em fotografias da bufonaria promovida pelo órgão de classe (basta uma busca na rede mundial de computadores)", completa o juiz.
O desagravo foi organizado pela OAB do Paraná por causa da postura de Toaldo em relação a três advogados. O promotor Jackson Zilio apoiou a manifestação da OAB de condenar a conduta do magistrado.
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Fernando Martines é repórter da revista Consultor Jurídico. Revista Consultor Jurídico, 12 de agosto de 2019
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