Jovens e Tráfico de Drogas
Não há menor duvida de que o tráfico de drogas ilícitas, afinada com a lógica de acumulação e produção capitalista, já que movimento cerca de US$ 380 bilhões/ano, constitua um mal que afete, de uma maneira ou outra, a todas as instituições do Estado e da Sociedade. O que nos inquieta é os jovens envolvidos com o tráfico, levando a uma provocação que deve ser enfrentada.
Em geral, é possível estabelecer três níveis relacionados ao tráfico: 1. Nível sofisticado: são aqueles contatos mantidos entre criminosos e parceiros influentes (internacional, nacional e regional) para negociar a compra de grandes quantidades de drogas. Também envolve corrupção e lavagem de dinheiro. 2 Nível médio: são empresários da economia informal que trocam bens roubados por drogas, armas e contrabando. 3. Nível inferior: esse nível de criminalidade é representado por indivíduos que compram, estocam e distribuem drogas.
Este último nível se dá em grande parte nos bairros e periferias, marcada pela miséria da população, por absoluta falta de opções e oportunidades, levando principalmente os jovens de classe baixa, mão-de-obra preferencial da criminalidade urbana de rua, a tornarem-se alvos fáceis do tráfico, que vêem no “movimento” uma possibilidade de renda, ascensão social e prestígio pessoal.
O rendimento que obtêm é suficiente para a aquisição de artigos amiúde cobiçados (roupas de marca, motocicletas, etc.) e cujo consumo, aos seus olhos, somente se realiza por jovens de classes sociais privilegiadas. Mesmo aqueles que têm oportunidades de empregos são seduzidos a ingressar em sua estrutura, tamanha é vantagem que dele podem auferir, já que a atividade do tráfico é muito mais rentável se comparada a qualquer tipo de trabalho.
Há também todo um fascínio exercido pelas armas de fogo e pelo poder que desejam obter. Além, é claro, do status social, capaz de fazê-los serem respeitados na comunidade. Precisam da admiração ou do respeito por meio do medo imposto aos outros, por isso se exibem com armas e demonstram crueldade diante do inimigo.
Assim, sequiosos de ascender social e financeiramente, os jovens quase imploram aos donos das bocas-de-fumo um posto hierárquico do tráfico. Não raro iniciam seus trabalhos como "aviões", transportando pequenas quantidades de droga. Paulatinamente, vão galgando novos degraus até chegarem a gerentes ou, quiça, "donos do morro".
Para o “empregador”, a oferta de mão-de-obra, além de farta e barata, é ideal, já que os menores de dezoito anos são inimputáveis juridicamente (até 18 anos de idade).
Fica a provocação: quais são as soluções para o enfrentamento deste flagelo social?
FONTE: Prudente, Neemias Moretti. Jovens e Tráfico de Drogas. Portal Maringaense.com, Maringá, 01 nov. 2007. Colunas Direito e Justiça. Disponível em: http://www.maringaense.com/colunistas/direito_e_justica/neemias_m_prudente/16/4/269/jovens_e_trafico_de_drogas.html.
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