quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Reprovação da OAB é alerta para alunos

A reprovação de 83,3% dos bacharéis em Direito do Estado na prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em janeiro, trouxe um alerta importante a quem pretende ou está começando a cursar uma faculdade de Direito. Além de escolher um bom curso, verificando avaliações do Ministério da Educação e indicações da OAB, a conduta na faculdade precisa ser impecável desde o primeiro dia de aula.

Depois de cinco anos de estudos, ser reprovado na prova obrigatória para trabalhar como advogado significa um atraso na carreira. No exame que está em curso (são três edições por ano), oito em cada 10 dos mais de 5 mil bacharéis gaúchos terão de recomeçar os estudos.

Justa ou não, a prova de cem questões objetivas aplicada em todo o país exige que o candidato acerte 50 testes. Para isso, muita gente sai da faculdade e entra em um cursinho preparatório, como no vestibular. É o caso do bacharel Gilmar Dalbosco, formado em 2008. Depois da formatura, assistiu a aulas durante três meses e foi reprovado, com 46 acertos.

– Não sou contra a aplicação da prova, mas é uma situação complicada e injusta. Temos cinco horas para o exame. Tem ainda os fatores externos, como uma sala com 60 pessoas, num dia com temperatura de quase 40ºC. Fiz uma boa faculdade, não levei na brincadeira, mas, sinceramente, da metade da prova em diante, fica difícil raciocinar – contou o bacharel de Passo Fundo.

Para obter a carteira de advogado, professores e especialistas indicam o estudo diário, desde o primeiro dia da faculdade. Além das aulas, é preciso buscar conteúdo complementar e não deixar acumular a matéria, dizem professores. A prática jurídica, com o manuseio de cópias de processos, elaboração de peças também é essencial durante o curso. Na faculdade, o estudante precisa ainda ficar atento às oportunidades de atuação em Serviço de Assistência Judiciária (espaço de atendimento à comunidade) e plantões em escritórios.

Luiz Hernani Bonesso de Araújo, coordenador do curso de Direito a UFSM, instituição que teve o maior índice de aprovação no exame anterior, diz que a qualificação dos professores também é importante para garantir a qualidade de ensino. Para o coordenador da comissão de exame de ordem da OAB do Rio Grande do Sul, o advogado Carlos Alberto Oliveira, o desempenho dos bacharéis está relacionado ainda ao vestibular.

– As federais se revezam nos primeiros lugares porque selecionam os melhores alunos. Nas privadas, além de entrar facilmente, muita gente precisa trabalhar e tem pouco tempo para os estudos – avalia.


Zero Hora.

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