Pesquisa aponta que vítimas de abuso frequentemente relatam sentir dor de cabeça, de estômago, tontura e dificuldade para respirar, entre outras queixas
DO IG DELAS
Crianças vítimas de intimidadores muitas vezes relutam em denunciar os abusos. Mas pais e professores atentos podem perceber sinais de possíveis agressões, como aponta uma nova pesquisa. Segundo o estudo italiano, alguns sintomas físicos frequentes e inexplicáveis são comuns em quem sofre bullying.
A pesquisa reúne dados de 30 estudos que analisaram cerca de 220 mil crianças em idade escolar de 14 países. Quando examinados em conjunto, os estudos mostram que crianças maltratadas são duas vezes mais propensas a relatar que se sentem mal ou doente, mesmo quando não há explicação óbvia para seus sintomas, do que aquelas que não sofrem bullying.
Pais devem encontrar tempo para observar e conversar com seus filhos para descobrir se algo está errado
Dores de cabeça, de estômago, nas costas, no pescoço ou dor no ombro, tontura, dificuldade para respirar, músculos tensos, náuseas, diarreia e incontinência urinária estão entre as queixas mais comuns.
"Os resultados deste estudo sugerem que qualquer sintoma físico recorrente e inexplicável pode ser um sinal de alerta no caso do bullying", disse o autor da pesquisa Gianluca Gini, professor assistente de psicologia do desenvolvimento na Universidade de Pádua, na Itália. O estudo foi publicado no periódico “Pediatrics”.
Perguntas certas
Mas afinal, quando uma dor de cabeça é apenas uma dor de cabeça e quando é um grito de socorro? Especialistas dizem que prestar atenção e fazer as perguntas certas normalmente ajuda os pais a descobrir a verdade.
"As crianças não falam facilmente sobre suas experiências de bullying", disse Gini, mas perguntar se elas se sentem seguras na escola, às vezes, é uma boa maneira de levá-las a se abrir, por exemplo.
Prestar atenção nos momentos em que as queixas são feitas também pode ajudar a detectar possíveis abusos. "Muitas crianças se recusam a ir para a escola. Essas dores de cabeça e de estômago aparecem antes de tocar o sinal da entrada ou dentro do ônibus escolar e depois desaparecem como em um passe de mágica", disse Marlene Snyder, membro do corpo docente do Instituto da Família e da Vizinhança, na Universidade de Clemson, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Crianças vítimas de bullying também pode parecer tristes ou deprimidas ou simplesmente mudar seu comportamento, disse Marlene.
"Acho que a primeira coisa que pais e professores podem fazer é encontrar tempo para observar e conversar com as crianças para saber quando algo está diferente", disse Marlene, que não faz parte da equipe responsável pela pesquisa. "Faça perguntas para seu filho. Por exemplo: ‘como foi o seu dia?’ ou ‘com quem você comeu seu lanche hoje?’”, ensina.
Essa rotina de perguntas pode ser mais fácil de ser feita com crianças menores, mas adolescentes são mais arredios. Ela aconselha: "Os pais devem ficar de olho em como anda a relação do filho com os amigos. Eles não se telefonam mais? Estão com medo de checar suas mensagens de texto? Pais atentos podem perceber indícios de que algo está errado em muitas atividades do dia a dia”.
Midia News.
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