Mas nem todos os cursos superiores de Direito do Paraná vão mal. No último exame da OAB, por exemplo, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 88,68% de aprovação, foi a quinta melhor classificada do país – entre as instituições com mais de dez alunos prestando a prova.
Dos 84 cursos de Direito do Paraná, seis receberam, em 2007 (com validade até o ano que vem), o selo de qualidade “OAB Recomenda” – são 87 em todo o Brasil. São eles, além do curso da UFPR, os das: Faculdades Integradas Curitiba (hoje Centro Universitário Curitiba); Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Universidade Estadual de Londrina; Universidade Estadual de Maringá; e Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro, de Jacarezinho. Essa última, inclusive, obteve a maior nota entre todas as instituições de ensino superior do Paraná no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), no início desta semana. Na última medição específica para os cursos de Direito feita pelo MEC, em 2006, com base no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), três cursos de Direito paranaenses obtiveram conceito 5, o máximo: além do da Faculdade do Norte Pioneiro, os das universidades estaduais de Maringá e Ponta Grossa.
Início de carreira
Mas a aprovação no exame da OAB não é o último desafio antes da estabilização profissional: é apenas o primeiro. É o que garante o advogado Arthur Caio Monteiro, 23 anos, formado em Direito no início do ano e um dos cerca de mil paranaenses aprovados no último exame de Ordem. Diariamente, ele estuda por horas a fio para atender os casos que já estão chegando às suas mãos. “Realmente, o 6º ano é muito mais difícil do que os outros, de faculdade. A responsabilidade agora é imensa”, diz.
E há espaço para todos? Somente em 2007, formaram-se 82.830 bacharéis em Direito no Brasil – mais de 10% do total dos concluintes de cursos de graduação presenciais naquele ano. Segundo Monteiro, apesar das dificuldades, há sim. “Eu esperava ficar um tempo em casa, no início, sem ter muito trabalho. Mas já há bastante coisa para fazer”, revela. O presidente da Comissão de Advogados Iniciantes da OAB Paraná, o advogado Sílvio Felipe Guidi, concorda que há espaço para os novos profissionais, mas orienta: é preciso ter foco. “Muitos advogados em início de carreira não sabem o que querem: num dia estão montando escritório próprio, no outro estão mandando currículo para outros escritórios, e no seguinte largam tudo para estudar para concurso. É preciso descobrir o que se quer e investir nisso”, afirma.
Fonte: Vinícius André Dias - Gazeta do Povo
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